Em nota, após reunião do BC, a entidade afirma que a manutenção da taxa básica de juros em 13,75% “seguirá sendo um limitador significativo para o crescimento da atividade econômica em 2023”
A Confederação Nacional da Indústria (CNI) afirmou, em nota divulgada na noite de quarta-feira (1), que a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central, de manter a taxa básica de juros (Selic) em patamar alto “seguirá sendo um limitador significativo para o crescimento da atividade econômica em 2023”.
Na nota, a entidade destaca que “atualmente, a intensidade da política monetária é bastante forte. A taxa de juros real, sem os efeitos da inflação, está em torno de 7,5% ao ano”. “No momento, isso faz com que o Brasil tenha uma das maiores taxas de juros reais do mundo”, lembrou a CNI.
O presidente da CNI, Robson Braga de Andrade, diz que a indústria almeja que “o Copom inicie logo o processo de redução da Selic, para evitar custos adicionais à atividade econômica”, declarou. Por sua vez, o gerente de Política Econômica da CNI, Fábio Guerra, destacou que “a taxa básica de juros no patamar atual foi um dos fatores determinantes para a desaceleração da atividade econômica no segundo semestre de 2022 e seguirá sendo um limitador significativo para o crescimento da atividade em 2023, quando as previsões para o PIB indicam alta de apenas 0,8%, segundo o Boletim Focus do BC”, explica.
REINDUSTRIALIZAR O PAÍS
Na tarde de quarta-feira (1), Robson Braga, em audiência com Gerado Alckmin, vice-presidente da República e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), entregou o documento elaborado pela CNI com um conjunto de 14 propostas para subsidiar ações dos 100 primeiros dias da pasta da Indústria e Comércio com com a intenção de contribuir com a reindustrialização do país.
O documento destaca que na última década (2011-2021) o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro variou, em média, apenas 0,4% ao ano, “sobretudo porque a indústria de transformação encolheu, em média, 1,5% ao ano. No mesmo período, o PIB da agropecuária aumentou 2,5% e o do setor de serviços teve expansão de 0,7%”,
Para a CNI, “A expansão da agropecuária, por si só, não é e não poderá ser suficiente para garantir o crescimento, nem para compensar as perdas econômicas decorrentes do desinvestimento no setor industrial”.
Entre as pautas apresentadas, estão: implementar uma política industrial, priorizar o papel do BNDES como agente promotor da reindustrialização, aprovar a reforma tributária, estimular a inovação por meio do aperfeiçoamento dos atuais mecanismos de incentivo à pesquisa, desenvolvimento e inovação (PD&I).