O governo brasileiro, através do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) da Presidência da República, divulgou nota nesta quarta-feira (13) repudiando a invasão da Embaixada da Venezuela em Brasília por vândalos que se apresentaram como partidários do golpista Juan Guaidó.
Os meios diplomáticos e políticos que protestaram contra o ato ilegal se mobilizaram em defesa da Embaixada da Venezuela. Ele pressionaram durante todo o dia por um posicionamento oficial do governo brasileiro condenando os invasores e garantindo a segurança da Embaixada.
“Como sempre, há indivíduos inescrupulosos e levianos que querem tirar proveito dos acontecimentos para gerar desordem e instabilidade. O Presidente da República jamais tomou conhecimento e, muito menos, incentivou a invasão da Embaixada da Venezuela, por partidários do sr. Juan Guaidó”, diz um trecho da nota do GSI.
Por volta das 17h30 os invasores começaram a ser retirados da Embaixada e manifestantes comemoraram em frente à representação venezuelana com gritos de “O povo unido, jamais será vencido!”.
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A PM havia sido acionada desde cedo mas não tinha ainda tirado os invasores da representação diplomática porque se trata de território estrangeiro, mas acabou entrando no local mais tarde.
No mesmo dia da invasão está ocorrendo em Brasília a 11ª Cúpula dos Brics, que reúne os líderes do Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul. Todos os países da Cúpula dos Brics, com exceção do Brasil, reconhecem o atual governo da Venezuela.
Diplomatas viram a ocupação da embaixada como um desrespeito às leis interacionais, uma vez que o presidente da Venezuela atualmente, e de fato, é Nicolás Maduro.
Logo que a Embaixada foi invadida, o encarregado de negócios do país no Brasil, Freddy Meregote, disparou áudios para parlamentares e lideranças de movimentos sociais para que saíssem em seu socorro.
“Informo que pessoas estranhas às nossas instalações estão entrando [na embaixada], estão violentando o território venezuelano. Necessitamos ajuda e uma ativação imediata de todos os movimentos sociais e partidos políticos”, afirmou Meregote em sua mensagem.
A Polícia Militar foi chamada para reforçar a segurança do local. A corporação informou que, por volta das 5h, pelo menos 14 pessoas haviam ultrapassado os portões. Do lado de fora, cerca de dezenas de manifestantes demonstravam apoio ao corpo diplomático oficial.
Por volta das 8h, defensores da Embaixada forçaram a entrada e os invasores estacionaram um carro na frente do portão, pelo lado de dentro. A PM separou a confusão com gás de pimenta e fechou os portões.
Destoando até da GSI, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) usou as redes sociais para declarar apoio à criminosa invasão da embaixada da Venezuela pelo bando de vândalos ligado ao golpista Juan Guaidó.
O próprio presidente Jair Bolsonaro, constrangido pelas declarações do filho, e também pela posição irresponsável do Ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, e a pressão da reunião dos Brics, foi obrigado a desmentir que o governo brasileiro estivesse apoiando o ato de vandalismo.