
Com o valor do auxílio emergencial do governo federal muito aquém do que foi pago em 2020 e para metade dos brasileiros que receberam a ajuda financeira para enfrentar a crise econômica provocada pela Covid-19, governadores de diversos estados estão promovendo ações para garantir uma ajuda emergencial diante do recrudescimento da pandemia e das medidas necessárias de paralisação das atividades econômicas.
A ajuda varia entre R$ 100 e R$ 1,5 mil e é destinada a setores mais atingidos pela crise e mais vulneráveis, como bares e restaurantes, artistas, guias de turismo, desempregados, taxistas, motoristas de aplicativos e famílias em situação de extrema pobreza. No Maranhão, por exemplo, o governo anunciou a distribuição de botijão de gás para 115 mil famílias de baixa renda e isenção na tarifa de energia a fim de diminuir os impactos econômicos provocados pela pandemia da Covid-19.
Na contramão, Jair Bolsonaro cortou o auxílio emergencial no final do ano passado, deixou milhões de brasileiros sem renda durante três meses e só retornou com o auxílio em abril. Nesse período a pandemia piorou, elevando o número de contaminações e mortes no Brasil, exigindo novas e medidas mais radicais de isolamento e paralisação de atividades econômicas.
Enquanto Bolsonaro sabotava a vacinação e instigava a volta ao trabalho sem qualquer proteção, os governos estaduais, que no período também tiveram queda na arrecadação, mantiveram medidas de combate ao coronavírus para tentar evitar o colapso do sistema de saúde, assim como estenderam, criaram ou retomaram ações de assistência financeira para pessoas que perderam renda na pandemia e que pudessem ficar em casa no pior momento da pandemia.
Segundo um levantamento de “O Globo”, ao menos 19 estados estão pagando auxílios emergenciais para determinados grupos da população. Entre eles estão: São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Rio Grande do Sul, Pará, Paraná, Maranhão, Piauí, Acre, Ceará, Amapá, Amazonas, Bahia, Distrito Federal, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Pernambuco, Rondônia e Sergipe.
Em março, governadores de 16 estados enviaram carta ao Congresso Nacional pedindo a volta do auxílio emergencial de R$ 600. Bolsonaro não cedeu, priorizando a agenda de autoridade fiscal, e manteve a renda emergencial nos valores de R$ 150, R$ 250 e R$ 350, dependendo do perfil de cada família, por quatro meses, para apenas 45,6 milhões de pessoas – 22,6 milhões a menos dos que receberam o auxílio emergencial no ano passado. Valores que não pagam o custo de cesta básica, que hoje pode ser encontrado acima dos R$ 600 em diversas capitais.
APOIO À MICRO, PEQUENAS E MÉDIAS EMPRESAS
Os governadores também estão oferecendo apoio às empresas de micro, pequeno e médio porte com linhas de crédito extraordinárias, outra lacuna deixada pelo governo central. Em dezembro do ano passado, a equipe econômica de Bolsonaro encerrou programas de financiamento às empresas e de preservação de empregos, intitulados Pronampe e BEm, respectivamente, e até agora não apresentou nenhuma proposta para socorrer empresas do comércio, serviços e pequenas indústrias.
Com recursos próprios, ao menos 15 estados oferecem ou já anunciaram oficialmente algum tipo de medida nesse sentido. Ao todo, são R$ 1,7 bilhão em linhas de crédito – que variam em valores, condições e prazos – que estão sendo liberados pelos estados de São Paulo, Espírito Santo, Goiás, Mato Grosso, Santa Catarina, Paraná, Rio Grande do Sul, Amazonas, Pará, Ceará, Bahia, Piauí, Sergipe e Alagoas.