Queimaduras oriundas de álcool combustível se tornaram um problema recorrente para a saúde da população mais pobre após o governo Temer aumentar o preço do gás de cozinha.
Com o país cada vez mais afundado na crise econômica, o Brasil se torna cada vez mais hostil para as pessoas de baixa renda. O aumento do gás de cozinha imposto por Temer e anunciado pela Petrobrás no início do mês vem causando efeitos cruéis.
Em Recife e cidades vizinhas, o preço do botijão de gás chegou a subir 13%, passando dos R$70. Diante disso, muitas famílias pobres apelam para o consumo do etanol para cozinhar, gerando uma lotação nos hospitais com queimaduras que chegam ao terceiro grau.
Uma reportagem de uma emissora local realizada na semana passada comprovou o aumento do número de vítimas de queimaduras. Todas elas alegaram que fizeram uso do álcool combustível para cozinhar por não terem condições de comprar o botijão de gás. Há casos de queimaduras de terceiro grau e até de crianças que tiveram o rosto completamente desfigurado pelo fogo.
Em Pernambuco também não é diferente. Além da natural contenção de gastos com alimentos, comum pela queda do poder aquisitivo, o número de queimados nos últimos meses também aumento. De acordo com o médico chefe do Setor de Queimados do Hospital de Restauração, Marcos Barreto, este aumento no número de pessoas com queimaduras é um reflexo dos aumentos consecutivos dos preços do gás butano.