Banqueiros consultados pelo BC fazem ‘previsões’ interesseiras com objetivo de beneficiar a eles próprios
À espera de mais um aumento dos juros pelo Banco Central (BC), na reunião do Comitê de Política Monetária do Banco Central, que se inicia amanhã, terça-feira (28), os bancos e instituições financeiras elevaram novamente o ponto médio das “expectativas” de inflação de 2025, que agora está em 5,50%, conforme o boletim Focus do BC, divulgado pelo BC, nesta segunda-feira (27), após consulta a uma centena de instituições financeiras.
Nesse sentido, o cartel dos bancos pressiona para mais um aumento de um ponto percentual na taxa básica de juros, elevando a Selic de 12,25% para 13,25% e mantendo o Brasil com o juro real na estratosfera.
Os agentes do mercado financeiro sustentaram a estimativa da Selic em 15% no final deste ano.
O Copom realiza esta semana sua primeira reunião em 2025 e, pela primeira vez, com a maioria da diretoria do colegiado e com o presidente do BC, Gabriel Galípolo, indicados pela área econômica do governo Lula.
No último encontro do Copom, em dezembro de 2024, o BC além de aumentar o nível da Selic para 12,25% ao ano – o terceiro aumento consecutivo desde setembro do mesmo ano -, também prometeu que subiria a taxa em dois pontos percentuais, sendo 1 ponto acrescido na reunião desta semana e outro 1 ponto na reunião de março.
Se confirmado, o BC colocará o nível da Selic em 14,25% no primeiro trimestre de 2025, empurrando, desta forma, a economia brasileira para a rota da recessão econômica – queda na produção, no consumo e gerando desemprego-, com a justificativa de cumprir a meta de inflação de 3% – com tolerância de 1,5% para cima-, proposta pela área econômica do governo.
Apesar da queda do dólar na última semana, a moeda estadunidense segue sendo usada de pretexto para os aumentos dos juros. O “sr. mercado financeiro” estima que o real seguirá fortemente desvalorizado frente ao dólar, uma situação que pressiona para o alto os preços internos dos alimentos, que, apesar de serem produzidos no Brasil, são definidos por bolsas estrangeiras – que não podem ser atingidas pelas decisões de aumento de juros do BC brasileiro.