Blogueiro golpista Allan dos Santos, foragido da Justiça, e outros bolsonaristas também chiaram com a medida do ministro
Jair Bolsonaro e o blogueiro Allan dos Santos, foragido da Justiça, tomaram as dores do Telegram e reclamaram da decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), de suspender o aplicativo no Brasil por ignorar os contatos da Corte e desrespeitar as decisões judiciais.
Na decisão, Moraes também fixou multa diária de R$ 100 mil contra pessoas físicas e jurídicas que desrespeitarem o bloqueio.
Durante um evento, Jair Bolsonaro disse que a decisão, tomada pelo ministro Alexandre de Moraes, é “inadmissível”.
Através da AGU (Advocacia Geral da União), Bolsonaro entrou com um pedido contra a decisão do ministro Alexandre de Moraes. A petição é assinada pelo advogado-geral da União, Bruno Bianco.
Bolsonaro chegou a aterrorizar, dizendo que a suspensão do Telegram pode “causar óbitos no Brasil por falta de um contato”.
“Olha as consequências da decisão monocrática de um ministro do Supremo Tribunal Federal. É inadmissível uma decisão dessa magnitude. Porque ele não conseguiu atingir duas ou três pessoas, que, na cabeça dele, deveriam ser banidas do Telegram… Ele atinge 70 milhões de pessoas, podendo, inclusive, causar óbitos no Brasil, a partir do banimento, por falta de um contato”, disse.
Jair Bolsonaro tinha um canal no Telegram com mais e de 1 milhão de seguidores. Por lá, ele publica mensagens que seriam bloqueadas no Twitter, Instagram e Facebook.
Para Allan dos Santos, que faz parte de uma organização que produz e divulga fake news contra adversários de Jair Bolsonaro, e está nos Estados Unidos para não ser preso, Alexandre de Moraes “está o tempo todo rasgando a Constituição” e o banimento do Telegram é apenas “cortina de fumaça”. Puro cinismo de um cara que defende um golpe no Brasil acusar o ministro de “rasgar a Constituição”, que ele quer liquidar.
A decisão de Alexandre de Moraes foi tomada depois de várias tentativas do STF e do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) de entrar em contato com o Telegram para firmar acordos para combater a disseminação de fake news.
Quando Jair Bolsonaro publicou no Telegram um inquérito sigiloso da Polícia Federal sobre um ataque hacker contra o TSE, o STF decidiu que a publicação fosse apagada, mas a plataforma não cumpriu.
Apesar de ter cumprido a determinação de bloquear os canais de Allan dos Santos, o Telegram tem permitido que ele crie novos.
A decisão de Alexandre de Moraes de bloquear o Telegram foi respondendo a um pedido da Polícia Federal que acusou a plataforma de ter uma “atitude não colaborativa” com autoridades “como uma vantagem em relação a outros aplicativos de comunicação, o que o torna um terreno livre para proliferação de diversos conteúdos, inclusive com repercussão na área criminal”.
DUROV
Agora, após a ação de Alexandre de Moraes, o dono do Telegram, Pavel Durov, deu o ar da sua graça e se pronunciou finalmente. Ele alegou que sua empresa não respondeu aos contatos do STF e do TSE por uma “falha de comunicação” interna. “Em nome de nossa equipe, peço desculpas ao Supremo Tribunal Federal por nossa negligência. Definitivamente, poderíamos ter feito um trabalho melhor”, publicou, depois de ficar calado tanto tempo e ignorado as instituições brasileiras.
“Cumprimos uma decisão judicial anterior, no final de fevereiro, e respondemos com uma sugestão de enviar futuras solicitações de remoção para um endereço de e-mail dedicado. Infelizmente, nossa resposta deve ter sido perdida, porque o tribunal usou o antigo endereço de e-mail de uso geral em outras tentativas de entrar em contato conosco. Como resultado, perdemos sua decisão no início de março que continha uma solicitação de remoção”, continuou o dono do aplicativo, que mora em Dubai, Emirados Árabes.
Além do Brasil, o Telegram já foi bloqueado ou sofreu restrições em ao menos outros 12 países por desrespeito às leis locais. Índia, Alemanha e Indonésia impuseram restrições à plataforma. China, Rússia, Cuba, Tailândia e outros suspenderam a plataforma temporariamente.
Segundo a Polícia Federal, além de ser um veículo de disseminação de notícias falsas, o Telegram é acusado de ser usado reiteradamente para cometimento de crimes, como abuso sexual e pornografia infantil.
ALEMANHA
Na Alemanha, a plataforma foi obrigada pelo governo do país a aceitar um acordo.
Após o contato com a empresa, a ministra do Interior alemã, Nancy Faeser, disse ao Süddeutsche Zeitung que continuará seu esforço para que a plataforma coopere com as leis alemãs.
Ela denunciou que há crescentes ondas de “ódio” na plataforma, bem como “ameaças contra o povo e a democracia”.
“O Telegram não deve mais ser um acelerador para extremistas de direita, teóricos da conspiração e outros agitadores. Ameaças de morte e outras mensagens perigosas de ódio devem ser apagadas e ter consequências legais. A pressão está funcionando”, comemorou Faeser.
o STF está certíssimo em bloquear o telegram, esse esgoto onde se multiplicam os vermes bolsonaristas. afinal de contas ,se fosse o Lula, PT e Esquerda, aí não seria “inconstitucional” ou “inadmissível”, como relinchou o “messias”.