
Em assembleia nesta terça-feira (7), os servidores do Banco Central decidiram manter a greve por tempo indeterminado em defesa do reajuste salarial e reestruturação da carreira.
A decisão, aprovada por 80% dos presentes, é uma resposta às declarações de Bolsonaro que, em entrevista ao SBT, afirmou que o funcionalismo não terá reajuste salarial em 2022. “Então, eu lamento. Pelo que tudo indica, não será possível dar nenhum reajuste para servidor no corrente ano. Mas já está na legislação nossa, a LOA etc., de que, para o ano que vem, teremos reajustes e reestruturações”, disse, em entrevista ao SBT.
Apesar da postura intransigente do governo, a categoria aprovou uma nova proposta de reajuste, diminuindo dos 27%, que representam as perdas acumuladas desde o início do governo Bolsonaro, para 13,5% de recomposição das perdas inflacionárias. Com a nova proposta, os servidores tentam mais uma vez avançar nas negociações devido à proximidade do fim do prazo legal para a concessão do reajuste, que se encerra no próximo dia 2 de julho.
“Como o BC informou que só enviaria as propostas com as medidas não salariais, nós estamos aceitando aquilo, mas exigindo a parte salarial, com reajuste de 13,5%. Fizemos isso para tentar avançar nas negociações”, disse o presidente do Sindicato Nacional dos Funcionários do Banco Central (Sinal), Fábio Faiad.
Já na última sexta-feira (3), de acordo com Faiad, o presidente da autarquia, Roberto Campos Neto, informou o sindicato que a categoria não terá a reposição salarial garantida pelo governo Bolsonaro. Com isso, apenas as pautas não salariais poderiam ser ainda atendidas.
As pautas não salariais da categoria envolvem a definição da carreira como típica de Estado, exigência de nível superior para o concurso para técnico do órgão, mudança do nome de cargo de analista para auditor e a criação da taxa de supervisão. A taxa seria paga pelo sistema financeiro para bancar o Orçamento do BC, como ocorre em outros países.
Os últimos anúncios feitos pelo Ministério da Economia, nesta segunda-feira (6), de que o Bolsonaro desistiu de manter a reserva de R$ 1,74 bilhão que seria destinado supostamente para o reajuste do funcionalismo, corrobora com as expectativas baixas de diálogo com os servidores.
A próxima assembleia está marcada para a próxima terça-feira (14), quando ocorrerá também a reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), que define o novo nível da taxa Selic, marcada para os dias 14 e 15.