“Se o estado não garante que as famílias vão ter renda, não tem como proteger o país do coronavírus”, afirmou o deputado federal Orlando Silva (PCdoB-SP), em transmissão ao vivo feita em suas redes sociais, na sexta-feira (27), com a participação do diretor do Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo, Rodrigo de Morais.
“Precisamos sair vivos para poder recuperar a economia mais para a frente. A hora é de preservar a vida das pessoas”, reforçou Rodrigo.
A Câmara dos Deputados aprovou, na quinta-feira (26), a renda básica emergencial de R$ 600 por pessoa, até R$ 1.200 por família.
Para Orlando Silva, “se não tiver essa renda de até R$ 1.200, não tem como falar para essas pessoas ficarem em casa”.
Aprovada na Câmara, a matéria segue para o Senado Federal. “Esperamos agilidade, porque já está faltando comida no prato do nosso povo”, disse
“Bolsonaro e Guedes estavam propondo apenas R$ 200. Nossa briga foi para aumentar. Conseguimos apertar para subir para R$ 300, R$ 500, e foi quando o Bolsonaro percebeu que esse valor poderia chegar a R$ 1.000 por pessoa, R$ 2.000 por família, se ele continuasse com sua postura, que foi fechado o consenso de R$ 600”, explicou Orlando.
“Bolsonaro não gosta de pobre, não gosta de povo. Tentou diminuir o valor que seria aprovado no Congresso”.
O deputado também sugeriu o tabelamento do preço de produtos como máscaras e álcool gel e o subsídio de gás.
“Bolsonaro, que fala tanto de EUA, deveria olhar para o programa do Trump que dá US$ 600 para desempregado, US$ 500 a mais por criança, garantindo proteção social”, afirmou o pré-candidato à Prefeitura de São Paulo.
Orlando também disse ser inaceitável qualquer tipo de medida que diminua os salários ou suspenda os pagamentos. “Quem estiver com contrato, não pode perder o salário. O governo tem que ajudar as pequenas e microempresas, que empregam grande parte da população brasileira”.
Rodrigo de Morais afirmou que o distanciamento social é fundamental para que o coronavírus cause o mínimo possível de mortes no país.
“Os trabalhadores não podem ficar expostos ao coronavírus, colocando em risco suas famílias, mas também não tem como imaginar que sem salário a gente vai conseguir fazer a quarentena”, completou.
PEDRO BIANCO