
Após paralisação na terça-feira (28) e muita pressão junto ao governo do estado pelo pagamento do salário, as merendeiras da rede estadual de ensino de Pernambuco tiveram uma vitória parcial. Entre terça e esta quarta-feira (1º), receberam o salário de janeiro. Os auxílios-alimentação e transporte, no entanto, ainda não foram depositados.
A categoria, que presta serviço pela empresa terceirizada Servitium, estava sem receber nada desde o início do governo de Raquel Lyra.
“Sem salário, as trabalhadoras não podem trabalhar. Sem merendeira na cozinha, não teremos a tão esperada alimentação do dia. Sem essa merenda, não há crianças e jovens alimentados. Sem alimento, não dá para estudar. A falta de pagamento dessas profissionais tão importantes na composição do quadro de trabalhadores/as da educação é uma vergonha. Essa classe trabalhadora serve ao Estado de Pernambuco em uma atividade previsível, tanto no âmbito orçamentário quanto no organizativo. Não há motivos para o atraso de seus salários”, afirma o Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Estado de Pernambuco (Sintepe).
Embora com o recebimento do salário de janeiro, muitas das 600 merendeiras que estavam paradas tenham voltado ao trabalho, o Sindicato dos Empregados e Empresas Prestadoras de Serviços, Asseio Conservação de Jaboatão, Cabo, Ipojuca e Moreno em Pernambuco (Sindprest), orienta pela continuidade da greve até que tudo seja devidamente pago. As merendeiras estão entre os 20 mil terceirizados da Educação, como porteiros, vigilantes e auxiliares de serviços gerais, que continuam sem receber.
“Enquanto essa compensação não houver, a paralisação continua, porque sem passagem, o trabalhador não tem como se deslocar até o trabalho”, disse Rodrigo Braytiner, assessor administrativo do Sindprest.
Segundo o sindicato, “é inadmissível a pessoa ter que arcar com a locomoção até o trabalho. Para todos os trabalhadores que não receberam o salário e a passagem, a paralisação está decretada”.
“O governo Raquel Lyra não paga salário de 20 mil terceirizados da educação há dois meses. Justo de quem recebe menos e precisa mais: merendeiras, porteiros, vigilantes, serviços gerais. Além de prejudicar milhares de famílias, o atraso atinge em cheio o funcionamento das escolas”, cobrou, em sua página no Twitter, o deputado estadual João Paulo Lima (PT).