O plenário aprovou por unanimidade, em sessão remota na terça-feira (25), o requerimento do presidente do Senado, Davi Alcolumbre, que convida o ministro da Economia, Paulo Guedes, a comparecer à Casa em data a ser definida.
Os senadores querem tirar satisfações de Paulo Guedes por ofendê-los quando acusou o Senado de “cometer um crime contra o país” na derrubada do veto presidencial ao reajuste de servidores diretamente envolvidos no combate à Covid-19.
Rejeitado pelo Senado em sessão do Congresso no último dia 19, o veto presidencial (VET 17/2020) acabou sendo mantido pela Câmara. O governo congelou o aumento de salários para os servidores até 2021.
Após os ataques de Paulo Guedes, na semana passada, os senadores se reuniram virtualmente para discutir medidas contra as ofensas.
O senador Esperidião Amin (PP-SC) questionou: “nenhum ministro de estado tem o direito de julgar uma decisão do Senado. Como assim, um crime?”.
“Nós queremos que ele esclareça o conteúdo da sua frase que o Senado cometeu crime contra o país”. O senador Izalci Lucas (PSDB-DF), více-líder do governo no Casa, apoiou.
O líder do governo no Senado, Fernando Bezerra (MDB-PE), tentou convencer os presentes de que “não houve ofensa”.
Esperidião rebateu dizendo que a “ofensa foi propagada em todo o país. Estamos reagindo civilizadamente a um terrorismo. Fernando, nós respeitamos você, mas isso é terrorismo”.
Daniella Ribeiro, líder do PP no Senado, também se sentiu ofendida por Guedes. “O Palácio me ligou dizendo que eu tinha traído o Palácio. Ele não pode negar, Fernando. Chegou a hora de a gente se posicionar”.
O senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) também afirmou que “ofensa houve”.
Para Álvaro Dias, líder do Podemos, “mais que convocação, precisa ter manifestação do presidente do Senado. A instituição foi atacada. É importante o presidente Davi Alcolumbre faça em defesa da instituição”.
Ex-aliado de Jair Bolsonaro, o senador Major Olimpio (PSL-SP) fez diversas publicações nas redes sociais acusando Jair Bolsonaro de ter conseguido manter o veto na Câmara a partir da liberação de emendas parlamentares.
“É vergonhoso. Bolsonaro mandou desembolsar R$ 4 bilhões para os deputados manterem o veto dele”, denunciou.
Com informações da Agência Senado