Senado aprova projeto que suspende dívida de consignados por 3 meses

Medida beneficia aposentados do setor público e privado. Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

O Senado Federal aprovou, nesta quinta-feira (18), o Projeto de Lei (PL) 1.328/2020 que suspende o pagamento de parcelas de contrato de crédito consignado por 120 dias. A medida vale para trabalhadores dos serviços públicos e privados, ativos e inativos.

O projeto, do senador Otto Alencar (PSD-BA), teve como relator o senador Oriovisto Guimarães (Podemos-PR) e segue agora para a análise da Câmara dos Deputados.

De acordo com Otto Alencar, é essencial que o Congresso Nacional tome medidas para mitigar os efeitos da crise nas famílias, uma vez que é inegável que a pandemia vem causando grande impacto na economia, fazendo com que milhões de famílias tenham sua renda diminuída ou cessada.

“É um projeto de grande alcance social. Muitos aposentados e pensionistas estão recebendo seus filhos e netos de volta em casa. As dificuldades são muito grandes”, disse Otto.

O texto prevê que as prestações suspensas sejam convertidas em prestações extras, com vencimentos em meses subsequentes à data de vencimento da última prestação prevista para o financiamento, sem acréscimo de multa, juros de mora, honorários advocatícios ou de quaisquer outras cláusulas penais. Além disso, impede a inscrição em cadastros de inadimplentes ou a busca e apreensão de veículos financiados, devido à suspensão das parcelas.

O texto aprovado no Senado foi fruto de um destaque apresentado pelo senador Weverton (PDT-MA). O destaque resgatou a ideia do texto original de Otto Alencar, de suspensão do pagamento de parcelas de contrato de crédito durante a pandemia. Com votação de forma separada, a emenda foi aprovada por 47 votos a 17. “Esse projeto é uma forma de justiça social e uma maneira de ajudar o trabalhador”, ressaltou Weverton.

Oriovisto Guimarães apresentou seu relatório em forma de substitutivo que tinha por objetivo garantir o pagamento dos empréstimos aos bancos, mas foi derrotado pela maioria da casa. Ele defendeu que, mesmo com a ajuda do governo federal ao setor financeiro, destinado mais de R$ 1 trilhão para garantir a liquidez dos bancos, o destaque do senador Weverton fará com que os pequenos bancos e as cooperativas de crédito “quebrem” e o projeto, possivelmente, nem chegará a ser votado na Câmara dos Deputados.

O substitutivo tinha um teor pior para os trabalhadores. Entre outros pontos, estabelecia que o pensionista, o aposentado, o servidor público ou o empregado privado que sofrer redução proporcional de jornada de trabalho e de salário ou tiver a suspensão temporária do contrato de trabalho poderia optar pela repactuação do empréstimo consignado, que teria prazo de carência para desconto em folha de pagamento de até 90 dias.

Compartilhe

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *