Senado reconduz Paulo Gonet ao cargo por 45 votos a 26

Paulo Gonet durante sabatina na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado (Foto: Edilson Rodrigues - Agência Senado)

Plenário confirma escolha de Lula e assegura mais 2 anos ao PGR que denunciou Bolsonaro por tentativa de golpe de Estado

Por 45 votos a 26, o Senado Federal aprovou, nesta quarta-feira (12), a recondução de Paulo Gonet ao cargo de procurador-geral da República.

Assim, garantiu a permanência dele à frente do MPF (Ministério Público Federal), até dezembro de 2027.

A aprovação exigia maioria absoluta — 41 dos 81 senadores.

O nome de Gonet foi indicado pelo presidente Lula (PT) e já havia sido aprovado, mais cedo, pela CCJ (Comissão de Constituição e Justiça), por 17 votos a 10.

PERFIL E TRAJETÓRIA

Gonet assumiu a PGR em dezembro de 2023, após o fim da gestão interina de Elizeta Ramos.

Formado em Direito pela UnB (Universidade de Brasília), com mestrado pela Universidade de Essex (Reino Unido) e doutorado também pela UnB, ele ingressou no Ministério Público em 1986, onde construiu carreira marcada pela atuação técnica e discreta.

DEFESA DA CONSTITUIÇÃO

Durante o primeiro mandato, Gonet conduziu as investigações e denúncias relacionadas aos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023.

Segundo a PGR (Procuradoria-Geral da República), foram 715 condenações, 12 absolvições e 606 ações ainda em curso.

Gonet também foi autor da denúncia contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) por tentativa de golpe de Estado, processo que resultou na condenação do ex-mandatário a 27 anos e 3 meses de prisão pela Primeira Turma do STF (Supremo Tribunal Federal).

CLIMA POLÍTICO NO SENADO

A votação expôs novamente o embate entre governistas e aliados do bolsonarismo. Parlamentares como Flávio Bolsonaro (PL-RJ) e Jorge Seif (PL-SC) atacaram ferozmente o procurador, acusando-o de agir em sintonia com o ministro Alexandre de Moraes.

Os senadores Eduardo Braga (MDB-AM), Rogério Carvalho (PT-SE) e o relator Omar Aziz (PSD-AM) defenderam a recondução, e destacaram a independência e sobriedade de Gonet.

“O papel do procurador-geral é defender a Constituição, não os partidos. Gonet cumpre essa função com discrição e firmeza”, afirmou Aziz.

DESAFIOS PARA O NOVO MANDATO

Nos próximos 2 anos, Gonet terá como principais desafios manter a estabilidade institucional entre o MPF e o STF, além de recompor quadros internos e aprofundar o combate à desinformação e ao extremismo político.

Também seguirá sob os holofotes pela condução dele das ações relacionadas ao golpismo de 2022 e pela interlocução com o Congresso e o Executivo em temas sensíveis como segurança pública e proteção de direitos fundamentais.

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