Senador pede convocação à CPI de ex-mulher de Bolsonaro por tráfico de influência

Ex-mulher de Bolsonaro, Ana Cristina Valle. Foto: Reprodução - JN - TV Globo

Depoimento de Ana Cristina Siqueira Valle à CPI da Covid-19 seria por atuação em favor de lobista em órgãos públicos

O senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE) apresentou, na última sexta-feira (3), requerimento à CPI da Covid-19 do Senado para convocar Ana Cristina Siqueira Valle, ex-mulher do presidente Jair Bolsonaro, para prestar depoimento em razão de sua atuação em favor de lobista em órgãos públicos.

Na justificativa do requerimento, que ainda precisa ser submetido a voto no colegiado, Vieira escreve que mensagens eletrônicas extraídas de celular em posse da CPI levam a crer que Ana Cristina teria feito essas intermediações. Na semana do feriado de 7 de Setembro, o colegiado não deverá realizar reuniões para oitivas.

As mensagens indicam que, a pedido do lobista Marconny Faria, a ex-mulher do presidente teria entrado em contato com o Palácio do Planalto com o objetivo de influenciar na escolha do defensor público-geral federal.

“Considerando a existência de diálogos que apontam, em tese, para a atuação da senhora Ana Cristina Siqueira Valle, ex-esposa do presidente Bolsonaro, na intermediação de interesses de lobistas diante de autoridades públicas, apresentei à CPI o requerimento para sua convocação”, escreveu o senador, no Twitter.

LOBISTA DA PRECISA MEDICAMENTOS

O advogado Marconny Nunes Ribeiro Albernaz de Faria é apontado pela CPI como lobista da Precisa Medicamentos, empresa envolvida na compra irregular da vacina indiana Covaxin pelo Ministério da Saúde — negociação que foi cancelada após suspeita de fraude apontada pela CPI.

Integrantes da comissão consideram o lobista peça-chave para as investigações sobre irregularidades envolvendo o Ministério da Saúde.

O senador Vieira argumenta que a relação de proximidade de Marconny com a ex-mulher de Bolsonaro “deve ser amplamente esclarecida, com vistas a examinar potencial atuação ilícita de ambos no contexto da pandemia”.

M. V.

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