O líder da Rede no Senado, Randolfe Rodrigues (AP), apresentou na quarta-feira (18) um pedido de impeachment contra Michel Temer. Segundo o senador, “Temer cometeu crime de responsabilidade, uma das causas previstas na Constituição para abertura do processo de impeachment”.
Randolfe argumenta que, em depoimento à Polícia Federal, o presidente negou ter recebido propina ou qualquer vantagem ilícita em 2014. Para ele, a declaração de Temer não é verdadeira. Ele citou depoimentos de colaboradores da JBS e as prisões recentes de amigos do presidente em uma operação que investiga se o peemedebista recebeu propina para editar um decreto e favorecer empresas do setor portuário.
No pedido apresentado, o senador apresenta a reforma feita em 2014, na casa de 350 metros quadrados, da filha de Temer, Maristela Temer. A obra é alvo da Polícia Federal desde 2017. O senador solicita que, se o processo for aberto, a filha de Temer deve ser ouvida. A mulher do coronel João Baptista Lima Filho, um dos amigos de Temer, preso recentemente, teria pago em dinheiro vivo material usado na reforma dessa casa.
“O senhor presidente, em depoimento à PF, negou ter recebido propina ou qualquer vantagem em 2014. Esse depoimento ofende os fatos, por conta da delação da JBS e, mais do que isso, ofende os fatos das operações recentes que resultaram na prisão de amigos do presidente”, argumentou Randolfe.
O parlamentar sugere que o Congresso Nacional deve responder se Temer mentiu ao dizer, por duas ocasiões, durante o exercício do mandato presidencial, que não recebeu valores não contabilizados para campanhas, o chamado caixa 2, e que não realizou transações financeiras com o coronel Lima. Para o senador, “o presidente faltou com a verdade em um depoimento judicial”.