Senadores apresentam propostas para excluir gastos com Educação e Saúde do arcabouço fiscal

Senadores Professora Dorinha e Omar Aziz - Foto: Reprodução

Senadores se mostraram dispostos a excluir os gastos com Educação e Saúde dos limites do novo arcabouço fiscal, de acordo com as primeiras emendas enviadas à proposta da nova regra fiscal, que se encontra em análise na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado. O projeto já foi aprovado pela Câmara dos Deputados incluindo na regra a limitação de gastos com Saúde e Educação.

Os senadores que se mobilizam para a retirada dos gastos representados no PL do Arcabouço nos custos do Fundeb e do piso da enfermagem que foram incluídos na limitação de gastos pelo relator do projeto na Câmara, deputado Claudio Cajado (PP-BA).

O levantamento é parcial e refere-se às emendas incluídas no sistema até a sexta-feira (2). Em paralelo à apresentação de emendas, correm discussões para o Senado aprovar o texto sem mudanças e acelerar sua conversão em lei, o que prejudicaria o financiamento da saúde e educação.

Um dos pontos que mais gerou discussão na Câmara foi a inclusão, no limite de despesas, dos repasses feitos pela União para complementação ao Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb).

No Senado, a exclusão dessa despesa do teto já ganhou duas emendas, uma da professora Dorinha Seabra (União-TO) e outra dos senadores Plínio Valério (PSDB-AM) e Izalci Lucas (PSDB-DF) .

O relator da matéria, senador Omar Aziz (PSD-AM), já indicou que é a favor dessa mudança.

Aziz disse em entrevista à CNN Brasil que analisará as demandas. Ele, portanto, defendeu que a Câmara “de forma alguma” prejudicou a “já combalida” educação no Brasil.

“A frente parlamentar de educação pediu reunião comigo, e terá. E vamos ver, a educação é prioridade, vamos ter analisar, fazer projeções. Tem perspectiva muito grande Brasil afora de professores com greve, pedindo ajuste, data-base, quem somos nós para querermos ainda colocar gasolina desse fogaréu que está aí?”, afirmou Aziz, que completou: “Mas não tenha dúvida que Fundeb não será prejudicado, e será analisado de forma que sejam ouvidas todas as pessoas”.

Além da exclusão do Fundeb do arcabouço fiscal, Dorinha propôs retirar do teto aquelas despesas relacionadas aos pisos constitucionais para as áreas de Saúde e Educação e as transferências federais aos Estados e municípios como apoio ao cumprimento dos pisos salariais da enfermagem.

A senadora argumentou que a inclusão desses itens nos limites de despesa vai comprimir os gastos demais. “No limite, podem ocorrer restrições a programas importantes como o da merenda escolar”, alerta.

Ela salienta, por outro lado, que as despesas acima do mínimo constitucional de saúde e educação seguem limitadas pelo novo teto.

No caso do Fundeb, a senadora argumenta que as despesas foram incluídas no novo texto pela Câmara dos Deputados. Na proposta enviada pelo Executivo, esses gastos estavam fora do limite.

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