Alguns senadores que integram a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) manifestaram apoio à mobilização contra os cortes na Educação anunciados pelo governo.
Durante a reunião da comissão na quarta-feira (15), os senadores criticaram os cortes de verbas das universidades federais e das bolsas de programas de pesquisa. E elogiaram o movimento dos estudantes, professores e servidores da educação.
A presidente da CCJ, Simone Tebet (MDB-MS), expressou sua felicidade com o fato da juventude ter voltado às ruas em defesa da Educação e criticou o ministro da Educação, Abraham Weintraub, pelo contingenciamento de recursos das universidades, alegando serem locais de “balbúrdia”. Para ela, isso é uma medida ilegal e arbitrária.
“Esse não é um argumento sério”, disse a presidente da CCJ. “A motivação do governo vai interferir, sim, no juízo de valor dos tribunais”, completou a senadora Simone Tebet.
O senador Weverton Rocha (PDT-MA) afirmou que o governo faz chantagem ao dizer que só devolverá os recursos em caso de aprovação da reforma da Previdência.
“Não dá para se falar em um país, em um futuro, se a gente condena de arrancada a educação dos nossos jovens. […] Vir dizer que só vai devolver recursos se aprovar reforma é chantagem sim”, declarou o senador.
A senadora Rose de Freitas (Pode-ES) cobrou o restabelecimento das verbas da Educação. Para ela, da Educação “não se pode tirar um tostão sequer”. “Vamos, no colégio de líderes, ajudar a restabelecer o orçamento das universidades e dos institutos federais”, anunciou.
O senador Flávio Arns (Rede-PR) condenou os cortes e a fala do ministro da Educação. “O ministro não pode dizer que é local de balbúrdia. Se tem problemas, então vamos discutir os problemas. Educação é prioridade absoluta. Essa manifestação do povo é muito boa. Sem violência, sem conflitos”, enfatizou Arns, que é presidente da Comissão de Educação, Cultura e Esporte (CE).
Já o senador Marcos Rogério (DEM-RO) tentou jogar panos quentes no problema dizendo que “tem que fazer contingenciamentos” e que “é preciso rever alguns problemas no funcionamento das universidades”. Mas refutou o corte de verbas para a Educação. “Nada justifica o contingenciamento de verbas [da Educação]”, disse. Para o senador, começar o contingenciamento pela Educação “e vocalizar isso me parecer um erro monumental”. “Não dá para o Parlamento aceitar isso como natural”, enfatizou.