CPI indiciou Bolsonaro e seu entorno por crimes na pandemia que causaram a morte de mais de 700 mil brasileiros. Segundo o senador Randolfe Rodrigues (AP), o procurador-geral da República sinalizou que poderá analisar as conclusões dos 6 meses de investigações da CPI
Os senadores que participaram da CPI da Covid, que funcionou em 2021, reuniram-se com o procurador-geral da República, Paulo Gonet, para pedir o desarquivamento dos pedidos de indiciamento contra o ex-presidente da República inelegível, Jair Bolsonaro (PL), além dos ex-ministros da Saúde, Eduardo Pazuello e Marcelo Queiroga, e ainda parlamentares e empresários.
O PGR anterior, Augusto Aras, abafou os pedidos da CPI para abertura de inquérito contra os nomes apontados pelo relatório final, que recomendou o indiciamento de 66 pessoas físicas e 2 pessoas jurídicas por crimes cometidos durante a pandemia.
Segundo o senador Randolfe Rodrigues (Sem Partido-AP), que foi vice-presidente da Comissão de Inquérito, Gonet sinalizou que poderá analisar as conclusões dos 6 meses de investigações da CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) da Covid, no Senado Federal.
Além de Randolfe, Estiveram na reunião com Gonet: Otto Alencar (PSD-BA), Humberto Costa (PT-PE), Soraya Thronicke (Podemos-MS), Omar Aziz (PSD-AM), que presidiu a CPI, Renan Calheiros (MDB-AL), que foi relator, e Rogério Carvalho (PT-SE).
“NÃO TERÁ IMPUNIDADE”
“Ele [Gonet] sinalizou que a CPI e o trabalho feito por nós é digno de admiração e será por ele, no âmbito da PGR, prestigiado”, disse Randolfe.
“Isto para nós, isso é o mais relevante, fundamental desse encontro. Saímos daqui convencidos de que não terá impunidade para os mais de 700 mil brasileiros que morreram”, completou.
INAÇÃO DE ARAS
Aras havia negado as petições da CPI para abertura de ação penal por diversos crimes, entre esses, irregularidades na compra de vacinas, desrespeito às medidas preventivas, como o uso de máscaras, defesa do tratamento precoce, que não tinha comprovação científica.
O PGR anterior alegou que o material apresentado, inicialmente, não era suficiente para análise individualizada dos crimes apontados. Para ele, material o “não atendia aos requisitos legais”, por supostamente não apontar a “devida correlação entre cada fato típico praticado e os documentos pertinentes”.
OMISSÃO DE ARAS
Dos 11 pedidos de ação penal, Augusto Aras recusou 10. Desses, 4 foram arquivados definitivamente e outros 6 foram objeto de recurso por parte da CPI no STF (Supremo Tribunal Federal).
Apenas um corre na Justiça Federal no Amazonas. Após 6 meses de investigações, a CPI da Covid aprovou o relatório do senador Renan Calheiros (MDB-AL), com mais de 1 mil páginas, que incluíram pedidos de indiciamentos e sugestões de projetos de lei.