“Os canalhas de sua família fizeram isso com o Rio de Janeiro”, acrescentou o ex-governador, em resposta ao apoio de Eduardo Bolsonaro aos atiradores que balearam seu irmão, o senador Cid Gomes
O ex-governador Ciro Gomes (PDT) respondeu, na quarta-feira (19), à provocação feita pelo deputado Eduardo Bolsonaro, filho do presidente da República, no episódio da tentativa de assassinato do senador Cid Gomes, em Sobral, interior do Ceará.
“Deputado Eduardo Bolsonaro, será necessário que nos matem mesmo antes de permitirmos que milícias controlem o Estado do Ceará como os canalhas de sua família fizeram com o Rio de Janeiro”, disse Ciro Gomes.
Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) publicou em uma rede social que o senador Cid Gomes não teve “o mínimo de inteligência” para lidar com os policiais grevistas do Ceará. A postagem vinha acompanhada com um vídeo do momento em que Cid é baleado, e foi apagada do perfil do deputado minutos depois.
O deputado foi procurado por meio de sua assessoria para explicar por que apagou a postagem, mas não respondeu. Ele mentiu dizendo que Cid Gomes teria sido atingido por “balas de borracha”. As balas eram de calibre “40”, usadas pela PM.
O senador Cid Gomes recebeu os dois tiros no peito desferidos por elemento à paisana do meio dos amotinados que se juntaram à polícia em quartel da PM em Sobral. Sem aceitar um acordo proposto pelo governador Camilo Santana (PT), alguns policiais passaram o dia participando de ações que aterrorizaram a população nas principais cidades cearenses.
Em vídeo é possível ver o atirador, que está com a cabeça tampada por capacete, e dispara para matar sem que ninguém tente parar o crime. São disparados cinco tiros e dois deles acertam o peito de Cid, deixando claro a intenção do homicídio.
Eles se amotinaram em quartéis e impediram que outros policiais pudessem trabalhar. Encapuzados, armados e sem farda os participantes do motim furaram pneus de viaturas, arrancaram policiais dos carros e fecharam lojas comerciais e outros estabelecimentos.
O ex-deputado federal, cabo Sabino (Avante), que participa do movimento, foi na mesma direção de Eduardo Bolsonaro e defendeu os atiradores que balearam o senador Cid Gomes. “Ele esqueceu que os policiais são treinados para defender vida. Os tiros que atingiram o ex-governador foram uma reação”, disse o ex-deputado defendendo o crime.
Também o deputado federal e pré-candidato a prefeito de Fortaleza, Capitão Wagner (Pros) – ele foi apontado no meio político como estando por trás da radicalização – se associou a Eduardo Bolsonaro e afirmou que os tiros que acertaram o senador licenciado Cid Gomes (PDT-CE), em Sobral, no Ceará, foram “uma legítima defesa” por parte de quem os disparou.
O bolsonarismo reforça os acontecimentos na PM do Ceará não só através de integrantes da corporação, mas, também com outras pessoas, como ficou claro com a mensagem do filho do presidente, “a deputada Major Fabiana foi proativamente buscar a melhor saída para a atual situação da PM do Ceará”. A deputada citada por ele é uma bolsonarista do Rio de Janeiro que se deslocou para Fortaleza para “ajudar” os amotinados.
Os governadores vêm enfrentando graves crises em suas finanças, graças à política de arrocho fiscal comandada por Guedes e Bolsonaro. Mesmo assim, o governo do Ceará propôs um reajuste de cerca de 30% no soldo da Polícia Militar do Estado. Parte da categoria aceitou e outra não.
Bolsonaro, recentemente, tentou desviar a atenção de sua política desastrosa de atrelar o preço da gasolina ao dólar – causando os aumentos – e desacatou os governadores dizendo que eles eram os culpados pela alta dos preços da gasolina. Aproveitou para torpedear a cobrança de ICMS, principal arrecadação dos estados.
Não há dúvida que os governadores estão sob ataques vindos de vários pontos. Os motins no Ceará e o tiro no senador Cid Gomes, certamente, fazem parte deste cenário. Esta ação insana de infiltrados no movimento, que se aproveitam de uma reivindicação salarial justa, para impor práticas de milícia à polícia, está sendo amplamente rejeitada. A punição ao autor desse atentado é decisiva para que novos episódio como este não se repitam.
A provocação tinha que ser em Sobral.
O objetivo era confrontar a família e especialmente o Ciro.
Coisa dirigida pela milícia com antecedentes que indicam que o Ceará é um alvo preferencial
Tomaram um invertida.
A coragem do Cid derrubou a grade e o motim no batalhão.