O ex-governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral (MDB), foi condenado em primeira instância pela 10ª vez e sua pena acumula 216 anos e 6 meses. Entre 2007 e 2014, Cabral recebeu uma propina de R$ 16,7 milhões para favorecer empresas de marmita em contratos com o Estado.
O empresário Marco Antônio de Luca, ligado às empresas do ramo alimentício Masan e Milano, pagou a propina para Sérgio Cabral, enquanto este era governador do Rio de Janeiro.
As empresas de Marco Antônio de Luca conseguiram contratos no valor de R$ 2,5 bilhões junto ao Estado para fornecer alimento para escolas e presídios.
A condenação aplicada pelo juiz federal Marcelo Bretas, da 7ª Vara Federal Criminal do Rio, foi de 18 anos para Sérgio Cabral, 8 anos e 3 meses para seu operador financeiro, Luiz Carlos Bezerra, e 32 anos para Marco Antônio de Luca.
Essa condenação decorre da Operação Ratatouille, derivada da Operação Lava Jato, deflagrada em 2017. O nome faz referência a um prato típico da culinária francesa e a um jantar em restaurante de luxo em Paris, no qual estavam presentes Sérgio Cabral, diversas autoridades públicas do Rio de Janeiro e empresários com contratos no governo do Estado.
Marco Antônio de Luca foi um dos integrantes do grupo que fez uma comemoração de luxo com Cabral e outras pessoas vinculadas ao governo, além de empresários, em Paris.
O episódio ficou conhecido como a “farra dos guardanapos”, porque apareceram em fotos dançando e sorrindo com esses itens das mesas do restaurante.
Ao depor perante o juiz federal Marcelo Bretas, no Rio, em 8 de junho do ano passado, Sérgio Cabral (MDB) admitiu que desviou R$ 20 milhões de supostas doações eleitorais não declaradas para “uso pessoal”. Segundo Cabral, o roubo ocorreu porque “era muito dinheiro” e ele se perdeu na “promiscuidade”.
O emedebista disse ter ficado “deslumbrado” com o grande volume de dinheiro supostamente recebido durante campanhas eleitorais.
“Eu não soube me conter diante de tanto poder e de tanta força política. E, de maneira vaidosa, quis fazer (eleger) prefeitos, vereadores, usar recursos”, acrescentou.
O ex-governador está preso desde novembro de 2016, por comandar o esquema de corrupção e lavagem de dinheiro no Estado.
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