Repórter do The Guardian teve urticária súbita ao ouvir dela que “acabar com a dominação israelense seria um ato de re-humanização” e questionou se tal comentário seria “útil” nas atuais circunstâncias, isto é, em meio ao genocídio contra palestinos em Gaza
Um abusado jornalista da publicação inglesa Guardian, que pretendeu colocar nas cordas a relatora especial das Nações Unidas para os territórios palestinos ocupados, Francesca Albanese, que dissera ser necessário acabar com o domínio de Israel em terra alheia, questionando-a sobre se seria “útil” tal comentário nas atuais circunstâncias, isto é, em meio ao genocídio perpetrado pelo regime Netanyahu em Gaza, acabou, depois de dizer o que quis, ouvindo o que não queria.
“Não tenho certeza do que é útil. Mas quero saber se é útil fingir que o ‘apartheid’ não existe. […] Eu disse ‘dominação’, não ‘existência’. Se não formos capazes imaginar os judeus israelenses vivendo sem estarem uns em cima dos outros, acho que isso é um problema”, rebateu a relatora a Daniel Hurst.
O episódio aconteceu em uma conferência de imprensa realizada na terça-feira (14), no Clube Nacional de Imprensa da Austrália. O comentário de Albanese que deu urticária em Hurst foi o chamado a evitar “muito claramente desumanizar palestinos e israelenses”, a que ela acrescentou que “acabar com a dominação judaico-israelense seria um ato de re-humanizaçao para eles”.
Nas palavras da relatora da ONU, a abordagem ao conflito deve ser corrigida, porque não se pode esperar que os palestinos “queiram viver subjugados” para sempre.
Ela também enfatizou que Israel ocupou o território palestino e o domina sem qualquer justificativa ou base legal. “A ocupação é ilegal, é ilícita, pois vai contra e fora de tudo o que o direito internacional permite, porque tem sido um meio de colonizar a terra e não responde a nenhuma necessidade militar”, declarou, sublinhando que é “‘apartheid’ por padrão”.