O senador José Serra (PSDB-SP) responsabilizou Bolsonaro pela crise ambiental vivida no país com o aumento do desmatamento e das queimadas na Amazônia.
“O presidente da República, desde sua campanha, declarou-se a favor de maior flexibilização das fiscalizações das florestas, redução de multas e punições. Demitiu o diretor do Inpe por divulgar dados sobre o desmatamento que ele não concordava”, escreveu o senador tucano nas redes sociais.
O Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) alertou que o desmatamento em julho deste ano, na Amazônia, chegou a 2.254,8 km², ou seja, +278% que o desmatamento de julho de 2018 (596,6 km²).
A constatação do instituto é feita através do monitoramento em tempo real, pelo Sistema Deter (Sistema de Detecção do Desmatamento na Amazônia Legal em Tempo Real).
Ainda de acordo com o Inpe, o número de queimadas aumentou 82% na região neste ano.
No entanto, Bolsonaro tentou esconder e ignorar esse fato, dizendo que os dados do Inpe são falsos. Além disso, ofendeu e pressionou o então presidente do Inpe, o renomado cientista Ricardo Galvão, levando-o à exoneração do órgão.
O senador José Serra lembra ainda que a ação hostil ao meio ambiente de Bolsonaro “acabou induzindo a Alemanha e Noruega a cortarem os recursos do Fundo Amazônia e encolheu o orçamento do Ibama para o Prevfogo pela metade. É natural e previsível que entidades ambientalistas se manifestem em todo o mundo. A Amazônia responde por 20% do oxigênio do planeta”.
O governo, através do ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, anunciou sua intenção de utilizar os recursos do Fundo Amazônia para indenizar proprietários rurais, em vez de investir na proteção e prevenção da floresta Amazônica.
Alemanha de Noruega (99% do fundo) discordaram dessa nova orientação. Com a disparada das queimadas e do desmatamento na região, além da hostilidade de Bolsonaro, ambos países suspenderam a ajuda ambiental.
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