O ministro das Relações Exteriores da Sérvia, Ivica Dacic, afirmou, domingo, que a Sérvia não deseja fazer parte da Otan, durante entrevista a jornalistas russos. “A Sérvia não está interessada em se juntar à Otan, nem à qualquer outra aliança militar. Vamos manter a nossa política de neutralidade militar”.
Além de ressaltar o distanciamento da Otan, o chefe da diplomacia sérvia ressaltou o recente acordo de cooperação técnico-militar firmado com a Rússia, entre o presidente da russo, Vladimir Putin, e o presidente da Sérvia, Aleksandar Vucic. “Já recebemos uma boa proposta de equipamentos militares, o que permitirá a modernização necessária de nossas forças armadas”, concluiu Dacic ao tratar do acordo militar entre Moscou e Belgrado.
No dia 24 de março, aniversário de 18 anos dos bombardeios da Otan contra a Iugoslávia que provocou o desmembramento do país, hoje dividido em pequenos países, a exemplo da Sérvia, Bósnia, Croácia, Montenegro, Kososvo, o primeiro-ministro da Sérvia, Aleksandar Vucic, comentou na solenidade que seu país jamais fará parte da Otan. “Nos três meses mais sangrentos para a Sérvia, que ocupa 88 mil quilômetros quadrados, foram lançados mais de 50.000 mísseis, cerca de um míssil por cada quilômetro quadrado. Em 78 dias, sobre a Sérvia, com uma população de 7 milhões, foram lançados 22 milhões de quilos de bombas, três quilogramas por cada um de nós”, denunciou Vucic em seu discurso transmitido pela televisão nacional RTS.
Além disso, os líderes iugoslavos, que defenderam a unidade nacional e rechaçaram os complôs criminosos montados pelos Estados Unidos e operacionalizados pela Otan, foram criminalizados, enquanto que os crimes da Otan, em particular os dos chefes e beneficiários desta agressão, ficaram impunes.
Belgrado é a atual capital da Sérvia e foi por muitos anos a capital da Iugoslávia, até a sua dissolução.
GABRIEL CRUZ