Os servidores técnicos da Universidade de Brasília (UnB) decidiram, em assembleia na última sexta-feira (2), iniciar a partir de hoje uma greve por tempo indeterminado pela manutenção do pagamento da Unidade de Referência de Preço (URP) aos trabalhadores ativos e aposentados.
O pagamento da URP, garantido aos servidores técnico-administrativos há mais de 30 anos e que representa acréscimo de 26% sobre os salários de mais de 5 mil servidores da UnB, foi cassado pelo ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal, no dia 24 de maio.
“A decisão traz graves consequências na vida pessoal de cada um dos servidores ativos e aposentados da UnB, colocando-os no limite da sobrevivência”, afirma o Sindicato dos Trabalhadores da Fundação Universidade de Brasília (Sintfub).
Conforme o Sintfub, a perda repentina de 26,05% do total das remunerações “agrava-se quando somada ao arrocho salarial que os servidores da categoria sofrem há quase 10 anos”.
“Não seria exagero dizer que uma grande parcela dos servidores, principalmente acima de 60 anos, apresentam um quadro de adoecimento que requer cuidados intensivos e o impacto do corte consiste em impedimento para o custeio de medicamentos e acompanhamento médico necessário. Quanto aos servidores mais jovens o impacto direto será na garantia da alimentação e educação das crianças, o corte põe em risco a dignidade humana”, reitera o sindicato.
A reitoria da universidade defendeu a continuidade do pagamento e, em nota, apoiou a greve: “A URP representa uma parcela significativa da remuneração de nossos servidores, e a decisão do Supremo traz profundo impacto à nossa comunidade e às nossas famílias”, disse.
Convocando os servidores a aderirem ao movimento, o sindicato afirma: “É na luta que se conquista direitos! Construiremos, junto ao Comando de Greve, uma agenda de atividades para visibilizar nossas reivindicações, que incluem melhoria nas condições de trabalho, rigor na apuração e punição aos casos de assédios contra técnicos(as), implementação do Programa de Gestão de Desempenho (PGD), dentre outras pautas históricas”.