
Os servidores municipais de Porto Alegre deflagram greve por tempo indeterminado nesta segunda-feira, 16, contra o pacote de projetos enviado pelo prefeito Nelson Marchezan Jr. (PSDB) à Câmara Municipal.
Os projetos preveem alterações nos planos de carreira e na previdência dos servidores.
Entre as medidas está a redução das revisões automáticas da folha de pagamento, que reajusta o valor em 5% a cada três anos. A proposta da prefeitura é baixar esse percentual para 3%. No pacote há ainda outras medidas como acabar com valores adicionais por tempo de serviço e a extinção da licença prêmio. Em relação à Previdência, a prefeitura visa criar uma previdência privada para os servidores que recebem acima do teto do INSS.
A greve da categoria contra o pacote foi aprovada em assembleia geral na última quinta-feira (12). O Sindicato dos Municipários de Porto Alegre (Simpa) disse em nota que a paralisação “é uma resposta da categoria à falta de respeito e de diálogo de Marchezan com o funcionalismo, contra a aprovação dos projetos – que tramitam em regime de urgência”.
A categoria também denuncia a falta de reajuste salarial e o parcelamento dos salários. “Desde o ano passado, o prefeito não concede a reposição salarial aos servidores e já sinalizou que não dará neste ano apesar de obrigatório por lei”, afirma.
Na quarta-feira (11), os projetos chegaram a ser colocados em pauta na Câmara. Servidores que realizavam manifestação foram reprimidos pela Brigada Militar a mando do Presidente da Câmara Municipal, Valter Nagelstein (MDB). Os trabalhadores que tentavam acompanhar a votação dos projetos foram agredidos com bombas de gás lacrimogêneo. Com isso, a sessão foi suspensa.