Os servidores do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) fazem uma paralisação de 24 horas nesta quarta-feira (30), em protesto contra o desmonte do órgão e por melhores condições de trabalho.
A categoria também reivindica a suspensão das demissões dos trabalhadores terceirizados, enquadramento dos servidores do Inmet na carreira de Ciência e Tecnologia e abertura de diálogo institucional para reestruturação do órgão e correção de distorções das carreiras.
A paralisação, que, além de servidores do DF, também atinge os estados de São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Goiás, Amazonas, Rio Grande do Sul e Pernambuco, foi aprovada em reunião ampliada no dia 18 de outubro.
De acordo com um manifesto divulgado pela Confederação dos Trabalhadores no Serviço Público Federal (Condsef), intitulado “Quem responderá pelo apagão climático no Brasil?”, o órgão, que completa 115 anos no próximo dia 19 de novembro, recebeu este ano o menor orçamento anual de sua história.
A entidade diz que as reivindicações e relatos sobre as condições de trabalho enfrentadas pelos funcionários do Inmet já foram levadas ao conhecimento do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), ao qual o órgão é vinculado.
“Cerca de 25% do valor necessário para o correto funcionamento da instituição. Fato que ocasionou a paralisação de diversos serviços, entre eles, o monitoramento meteorológico, o atendimento ao público e aos veículos de comunicação”, aponta o manifesto.
Segundo a entidade, o orçamento, que em 2020, foi de R$ 29,1 milhões, caiu para R$ 11,5 milhões no primeiro semestre deste ano.
No manifesto, a entidade ressalta o aumento da demanda por previsões e alertas detalhados, especialmente diante de eventos climáticos extremos cada vez mais frequentes.
“Para os mais diversos setores da sociedade, a demanda é crescente por informações meteorológicas e climatológicas de qualidade”, diz o documento. Para o diretor da Condsef, José César, o quadro atual do Inmet é “dramático”. “Está faltando tudo, desde pessoal à estrutura”, afirmou.
A Condsef enviou um pedido de audiência ao ministério da Agricultura para tratar do assunto, pedido enviado também ao presidente Lula e ao ministro-chefe da Secretaria Geral da Presidência da República, Márcio Costa Macêdo.