O Sindicato Nacional dos Funcionários do Banco Central (Sinal) denunciou que a PEC da autonomia financeira do BC é “uma real ameaça à coordenação da política econômica do país, favorecendo interesses privados em detrimento do interesse público”.
A entidade vai realizar, nesta quarta-feira (14), um ato em frente ao Senado Federal, onde tramita a proposta, denunciando os malefícios trazidos pelo texto. A PEC busca transformar o Banco Central, hoje uma autarquia federal, em uma empresa pública
Em nota, o Sindicato denunciou que esse movimento atrapalha a “coordenação da política econômica” do governo federal e o controle da população sobre o Banco Central.
Além disso, os servidores apontam uma “movimentação subterrânea” do atual presidente do BC, Roberto Campos Neto, que foi indicado por Jair Bolsonaro, tratando de “conflitos de interesse nas decisões do Copom sobre a taxa Selic que, em detrimento da economia do país, beneficiam suas empresas offshore”.
Atualmente, Roberto Campos Neto faz com que o Brasil tenha a segunda maior taxa de juros do mundo, atrás somente da Rússia.
Leia na íntegra a nota do Sindicato Nacional dos Funcionários do Banco Central (Sinal), assinada por seu presidente, Fábio Faiad:
Servidores do Banco Central realizarão ato de protesto contra PEC 65/2023, denunciando os riscos da captura do BC pela Faria Lima e conflitos de interesses de Roberto Campos Neto na sua aprovação
No próximo dia 14 de agosto, a partir das 9h, os servidores do Banco Central (BC) realizarão um protesto em frente ao Anexo II do Senado Federal contra a PEC 65/2023, proposta que visa conceder independência financeira e orçamentária à instituição. No dia anterior, 13, haverá um twitaço às 9 da manhã convocando todos para o ato.
Organizado pelo Sindicato Nacional dos Funcionários do Banco Central (Sinal) e entidades parceiras, o ato pretende não só mobilizar a categoria contra a PEC 65/2023, mas alertar a sociedade para os riscos que o país corre com a eventual aprovação no Senado da proposta patrocinada pelo presidente do órgão, Roberto Campos Neto. O sindicato denuncia os perigos de o Banco Central ser definitivamente capturado pela Faria Lima com a transformação da autarquia em empresa pública, além da inevitável fragilização do controle institucional.
Fábio Faiad, presidente do Sinal, afirma que a PEC 65/2023 representa uma real ameaça à coordenação da política econômica do país, favorecendo interesses privados em detrimento do interesse público.
No ato, os servidores destacarão as motivações subterrâneas de Roberto Campos Neto, o primeiro presidente da história do BC a enfrentar uma investigação – que ele tentou evitar usando como escudo a autonomia da instituição -, sobre conflitos de interesse nas decisões do Copom sobre a taxa Selic que, em detrimento da economia do país, beneficiam suas empresas offshore.
Além disso, o SINAL reiterará a denúncia de que, por trás da PEC 65, está o interesse de que sejam concedidos super salários a Diretores e alguns altos comissionados do BC, acima do teto salarial do serviço público. Isso é inadmissível!!!
O protesto do dia 14 de agosto será crucial para os servidores do Banco Central, que se opõem à transformação da instituição em uma empresa pública. Representantes de diferentes regionais do Sinal estarão presentes em Brasília para reforçar o ato público e visitar gabinetes no Senado, buscando barrar a aprovação da PEC nos termos atuais. O sindicato destaca os riscos de afastamento do controle do BC pelo Executivo e possíveis impactos negativos na vida dos cidadãos.
Brasília, 12 de agosto de 2024
Fábio Faiad
Presidente Nacional do SINAL