Dezenas de milhares de servidores públicos cruzaram os braços na quarta-feira em Berlim e dez mil marcharam até o Portão de Bradenburgo para exigir aumento de 6% no salário. 2,3 milhões de servidores públicos em 16 estados da Alemanha estão em campanha salarial, em que também reivindicam melhores condições de trabalho e salário igual para trabalho igual. Nesta sexta-feira (15), será a vez dos trabalhadores do metrô, ônibus e bonde pararem pela manhã, até o meio dia.
Os manifestantes também denunciaram que, sob a política de ‘austeridade’ de Merkel, à qual estão acoplados os social-democratas, os orçamentos para escolas, creches, saúde, bombeiros e demais serviços públicos têm sido cortados no osso e a infraestrutura, devastada, enquanto muitas vezes terceirizados, com salários arrochados, substituem servidores.
Os protestos são convocados pelos sindicatos Verdi (funcionalismo em geral) e GEW (professores e cientistas). Na véspera, em Colônia, Bonn, Dusseldorf e Essen, servidores públicos foram às ruas ou paralisaram o atendimento. Nos hospitais universitários, só a emergência funcionou. Mobilizações também em Hamburgo. Em Stuttgart, os manifestantes percorreram o centro com cartazes de “Seis por cento a mais, porque valemos a pena”.
Nesta quinta-feira, greves de alerta e atos acontecem em Dortmund, Münster, Gelsenkirchen, Bielefeld, Wuppertal, Dresden e Duisburg. “O serviço público está indo pelo ralo”, bradaram os servidores em Hamburgo, em frente à prefeitura.
De acordo com o jornal “Die Welt”, a paralisação dessa sexta-feira vai ser a primeira grande greve dos trabalhadores do transporte público “em sete anos”. A principal reivindicação é que a jornada semanal de 36,5 horas seja estendida a todos os 14 mil trabalhadores. Atualmente, quase a metade – os contratados a partir de 2005 – tem jornada de 39 horas.