Servil a Trump, Nikolas aplaude projeto que iguala bandidos de facções a terroristas

Nikolas Ferreira, deputado federal do PL de Minas Gerais. Foto: Bruno Spada - Câmara dos Deputados

O deputado bolsonarista Nikolas Ferreira (PL-MG) se tornou relator de um projeto de lei que, a pedido do governo dos Estados Unidos, define as facções PCC e CV como terroristas e escreveu nas redes sociais: “vamos ver quem é a favor da bandidagem”.

O PL 1.283/25 foi encomendado pelo governo Trump, que pressiona o Brasil a classificar os grupos criminosos como terroristas.

No entendimento de membros da Polícia Federal, essa medida abre caminho para que os EUA apliquem sanções contra o Brasil quando entenderem que o país não está tomando medidas suficientes para “combater o terrorismo”. Em suma, abre caminho para uma interferência indevida em nossa soberania.

De autoria do deputado Danilo Forte (União-CE), o texto está na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara sob relatoria de Nikolas Ferreira.

Nikolas declarou apoio à medida e escreveu que “veremos quem é a favor da bandidagem”. A publicação foi excluída das redes sociais depois da repercussão negativa.

Isso porque a chamada PEC da Blindagem, ou mesmo PEC da Bandidagem, está no centro da discussão política no país – e Nikolas Ferreira votou a favor da medida que protege parlamentares criminosos.

No domingo (21), manifestantes estiveram nas ruas de todo o país rechaçando a proposta, que foi enterrada na CCJ do Senado Federal nesta quarta-feira (24).

Em discurso feito na Assembleia-Geral da ONU, o presidente Lula voltou a criticar a pressão feita pelos EUA para que as organizações criminosas sejam enquadradas como terroristas.

“É preocupante a equiparação entre a criminalidade e o terrorismo”, disse. Para ele, “a forma mais eficaz de combater o tráfico de drogas é a cooperação para reprimir a lavagem de dinheiro e limitar o comércio de armas”.

“Usar força letal em situações que não constituem conflitos armados equivale a executar pessoas sem julgamento. Outras partes do planeta já testemunharam intervenções que causaram danos maiores do que se pretendia evitar, com graves consequências humanitárias”, continuou.

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