O volume de serviços prestados no Brasil cresceu 1,8% em setembro, na comparação com agosto, segundo divulgou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) na quinta-feira (12).
Apesar da quarta alta consecutiva, o volume de serviços ainda se encontra 18,3% abaixo do recorde histórico, alcançado em novembro de 2014 e 8% abaixo de fevereiro de 2020, mês que antecedeu à pandemia do coronavírus no Brasil.
Segundo o IBGE, o ganho acumulado de 13,4% em 4 meses foi insuficiente para compensar a perda de 19,8% entre fevereiro e maio.
De janeiro a setembro, o setor caiu 8,8% frente ao mesmo período de 2019. Em relação a setembro do ano passado, as perdas do setor chegam a 7,2%, o que já é a sétima taxa negativa consecutiva nesse tipo de comparação, mostrando que o setor vem sofrendo perdas mesmo antes da crise sanitária.
A pandemia da Covid-19 acertou em cheio o setor de serviços, que teve suspensa suas atividades em várias partes do país, como forma de conter o avanço do vírus e salvar a vida de milhares de pessoas. Os serviços prestados às famílias acumulam retração de -38,6% no ano, sendo que o segmento de serviços de alojamento e alimentação é o que soma maior queda dentre todos os segmentos: -40,2%.
Porém, com a retomada das atividades econômicas, o setor ainda tem muito chão para sair do fundo do poço que o governo Bolsonaro enfiou a economia brasileira.
Além da dificuldade maior do setor que exige a presença física na prestação de serviços, como em hospedagem, turismo, bares e restaurantes, a situação tende a se agravar com a explosão do desemprego e a queda na renda.
Apesar das variações positivas nos últimos meses, não apenas no setor de serviços, mas nas vendas do comércio varejista e na produção industrial, o que alguns comemoram, e até se fala em retomada em V, ainda é o retorno ao patamar de antes da pandemia, ou seja, ao patamar da recessão econômica iniciada no primeiro trimestre deste ano, com o Produto Interno Bruto negativo em 2,5%.
Assim como o setor de serviços acumula queda de 8,8% de janeiro a setembro, o comércio varejista está “estabilizado” em 0,0% e a produção industrial acumula perda de 7,2% no mesmo período.