Setor recuou 0,6% em outubro. Três das cinco atividades registraram quedas, com destaque para os serviços de transportes, impactados pela indústria parada e a expectativa de menor safra
Em outubro de 2023, o volume de serviços prestados no país recuou -0,6% frente ao mês de setembro, de acordo com informações do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgadas nesta quarta-feira (13).
Sob efeito dos juros, este é o terceiro mês consecutivo que o setor – com enorme peso no Produto Interno Bruto (PIB) e que mais emprega no país – registra resultado negativo. Entre agosto (-1,3%), setembro (-0,3), outubro (-0,6%), o setor acumula perda de 2,3%.
Nesta quarta-feira (13), diretores do Banco Central se reúnem para definir os rumos da Selic. As expectativas, com base nas últimas falas do presidente do BC, Roberto Campos Neto, é que o Comitê de Política Monetária (Copom) realize um novo corte de 0,5 ponto percentual na taxa básica de juros (Selic), que cairia dos 12,25% para 11,75% ano, e, assim, mantendo o Brasil campeão mundial de juro real.
Diante da política do BC de reprimir, via Selic alta, o consumo de bens e serviços e os investimentos no país, o setor de serviços está 3,2% abaixo do nível alcançado em dezembro de 2022 (auge da série histórica).
Em outubro, os serviços de transportes chegaram ao terceiro mês consecutivo de queda em suas operações. Em agosto, esta modalidade de serviços recuou -2,1%; em setembro, caiu -0,2%; e, em outubro, obteve uma queda de -2,0%.
“A produção industrial vem demonstrando menor dinamismo, com uma queda nos bens de consumo e bens de capital, que impactam também no setor de transporte de cargas”, disse o analista da pesquisa do IBGE Luiz Almeida, ao explicar que os serviços de transportes não contam mais com o impulso da safra recorde obtida neste ano.
Por outro lado, os serviços prestados às famílias tombaram em -2,1% em outubro, eliminando quase por completo o ganho observado em setembro (2,5%).
Já “outros serviços prestados às famílias” – modalidade que inclui academias de ginástica, salões de beleza, cursos de idiomas etc.-, apresentou em outubro uma variação nula (0,0%) de crescimento, depois dos recuos de agosto (-1,6%) e setembro (-0,4%). No ano, este modal acumula uma queda de 1,2%.
Em outubro, ainda, serviços de informação e comunicação conseguiram obter 0,3%, após as quedas de -0,2% em setembro e de -2% em agosto. Por fim, os serviços profissionais, administrativos e complementares variaram positivamente em 1,0% na mesma base de comparação.