Em doze meses, setor acumula queda de 8,3%
O setor de serviços iniciou 2021 com o volume de prestação 4,7% inferior ao patamar de janeiro de 2020, a décima primeira taxa negativa seguida para este tipo de indicador, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), nesta terça-feira (9). Com o resultado, o setor acumula em 12 meses um tombo de -8,3% – uma queda recorde para o período.
Na comparação com dezembro do ano passado, o setor em janeiro continuou em torno de zero (0,6%), depois de ficar estagnado em 0,2% em dezembro na comparação com novembro.
Segundo a Pesquisa Mensal de Serviços do IBGE, o setor ainda se mantém 3% abaixo do patamar pré-pandemia e 13,8% abaixo do pico registrado em 2014.
Contribuindo com aproximadamente 73% da receita que forma o Produto Interno Bruto (PIB) do país e sendo um dos setores que mais empregam no país, os serviços tiveram grande peso sobre a queda recorde na atividade econômica brasileira em 2020, de 4,1%. No ano passado, o volume de serviços tombou 7,8% – uma queda também sem precedentes.
Para além da necessidade de fechamento dos serviços não essenciais para contenção do vírus da Covid-19, o desemprego, queda na renda e falta de medidas de socorro aos empresários e trabalhadores da área contribuíram e continuam contribuindo para a ruína do setor.
O auxílio emergencial pago a trabalhadores informais e desempregados durante alguns meses do ano passado amorteceram a queda do setor e também do PIB (-4,1%) que, segundo economistas, poderia ter sido o dobro.
Este ano, com o recrudescimento da pandemia e o retorno tardio da renda emergencial a um valor que não alcança nem mesmo o custo de uma cesta básica, economistas projetam grandes dificuldades para a economia e para as vidas dos brasileiros, sobretudo dos mais carentes.
Serviços prestados às famílias caem 27,6%
Na comparação com os níveis de serviços prestados há um ano atrás, quatro das cinco atividades pesquisadas tiveram queda e crescimento em apenas 34,3% dos 166 tipos de serviços investigados.
A principal atividade em queda foi o de serviços prestados às famílias: -27,6%. Esse grupo engloba restaurantes, hotéis e serviços de buffet, que além das medidas de restrições das atividades na pandemia, está diretamente relacionado com o achatamento da renda das famílias brasileiras.
Os outros recuos nesse indicador vieram dos serviços profissionais, administrativos e complementares (-6,7%), dos transportes, serviços auxiliares aos transportes e correio (-4,0%) e dos outros serviços (-2,2%).