Setor de serviços perde tração em outubro

Transporte cresce 1,0%. Serviço às famílias fica praticamente estagnado (0,1%). Foto: Helena Pontes/Agência IBGE Notícias

Indicador acumulado em doze meses perde ritmo ao passar de crescimento de 3,1% em setembro para 2,8% em outubro, aponta IBGE

O volume de serviços prestados do Brasil cresceu 0,3% em outubro deste ano, na comparação com setembro (0,7%), de acordo com a Pesquisa Mensal de Serviços, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgada nesta sexta-feira (12). Com o resultado, o setor de Serviços renovou o pico mais alto da série histórica da pesquisa. 

No acumulado do ano até outubro, o volume de serviços subiu 2,8%. Frente a outubro de 2024, a alta é de 2,2%. No acumulado em doze meses “o indicador do setor de serviços perde um pouco de tração ao passar de um crescimento de 3,1% em setembro para 2,8% em outubro”, diz o gerente da pesquisa, Rodrigo Lobo.

Ao analisar o resultado, o gerente destaca o recorde na safra agrícola, o aumento no transporte aéreo e o rodoviário e “os serviços de TI, dentro do setor de informação e comunicação”.

“O aéreo tem crescido por conta do maior número de passageiros transportados, o que se reflete em maiores receitas para as companhias aéreas. E o aumento das receitas das empresas de transporte rodoviário de cargas cresce, em grande medida, por conta dos fretes realizados para o escoamento da produção agrícola, que terá safra recorde neste ano, e de entregas oriundas do comércio eletrônico”, disse o gerente da pesquisa, Rodrigo Lobo.

Os serviços profissionais e administrativos mostraram “estabilidade”, segundo Lobo, variando apenas 0,1%.

No terceiro trimestre deste ano, o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro subiu 0,1%, ante ao trimestre encerrado em julho deste ano (0,3%), sinalizando que a economia segue desacelerando após a alta de 1,5% no primeiro trimestre de 2025. 

Em recente análise sobre o resultado do PIB, a Confederação Nacional da Indústria (CNI) destaca que a desaceleração do consumo provocada pelo aperto monetário do Banco Central (BC) – por meio do aumento dos juros – já se reflete nos Serviços, apesar de serem menos sensíveis às condições de crédito. 

“Importante destacar que mesmo o setor de Serviços mostra perda de ritmo. O setor vem mostrando altas formidáveis nos últimos anos, de forma que o volume de serviços prestados renovou máximas históricas ao longo do ano”, diz a entidade.  “Contudo, a alta do PIB do setor no 3º trimestre de 2025, de apenas 0,1%, após alta de apenas 0,3%, no 2º trimestre, fez com que o crescimento acumulado do PIB do setor em quatro trimestres recuasse para 2,2%, o menor ritmo de expansão nessa comparação desde o 2º trimestre de 2021”. 

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