O volume de serviços no país caiu -1% em junho na comparação com maio e em todas as atividades do setor. Foi a quarta queda no ano e a mais intensa, segundo dados da Pesquisa Mensal de Serviços, divulgada nesta sexta-feira (09) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. É a pior taxa para o mês desde 2015, quando repetiu o mesmo resultado.
Os indicadores confirmam o desastre da política econômica do governo Bolsonaro que afundou o país no primeiro trimestre, com o Produto Interno Bruto registrando -0,2% em relação ao último trimestre do ano passado.
Todos os indicadores apontam que a economia continua no fundo do poço no segundo trimestre. As estimativas para a alta do PIB em 2019, que no início do governo estava em 2,5% agora já não passam de 1% e se aproximam rapidamente de zero. No fim de junho, segundo Relatório Trimestral do banco Central, a projeção para o PIB em 2019 desabou de alta de 2,0% para 0,8%.
Além do setor de serviços, no mês de junho, a produção industrial brasileira registrou queda de -0,6% e encerrou o primeiro semestre com um recuo de -1,6%. Na comparação com o primeiro trimestre deste ano, a produção da indústria recuou -0,7%, o terceiro trimestre seguido de contração.
O comércio varejista também registrou ZERO (0,1%) em suas vendas no mês de junho, seja no comércio restrito (0,1%), seja no comércio ampliado (0,0%), que inclui as atividades de Veículos, motos, partes e peças e de Material de construção. No segundo trimestre a queda do setor foi de -0,3%.
QUEDA GENERALIZADA
O volume do setor de serviços se encontra -12,8% abaixo de novembro de 2014, ponto mais alto da série histórica, e -2,3% abaixo do patamar do final do ano passado, puxados pelo comportamento mais fraco das atividades de transportes e de comunicação e informação, que caíram 1% e 2,6% em junho, respectivamente. Juntas, elas representam quase dois terços do volume total de serviços, segundo o IBGE.
Os demais recuos vieram dos setores de outros serviços (-2,3%), de serviços profissionais, administrativos e complementares (-0,1%) e de serviços prestados às famílias (-0,2%).
Na comparação com junho de 2018, o setor de serviços caiu -3,6%, com retração em três das cinco atividades.Transportes exerceu a maior influência negativa, com queda de 10,9%, a mais intensa desde outubro de 2016 e superando o recuo de maio de 2018.
Ainda na série com ajuste sazonal, diz o IBGE, a média móvel trimestral do volume de serviços recuou -0,2% no trimestre encerrado em junho de 2019 e manteve a trajetória descendente iniciada em janeiro de 2019. Entre os setores, o ramo de transportes, serviços auxiliares aos transportes e correio (-0,8%) assinalou o resultado negativo mais relevante nesse mês, mantendo, assim, o comportamento negativo desde novembro de 2018.