Após recuo de 11,9% em abril, setor cai 0,9% em maio
O setor de serviços recuou 0,9% em maio, após registrar um tombo recorde de -11,9% em abril, segundo a Pesquisa Mensal de Serviços (PMS) do IBGE, divulgada hoje, quarta-feira (10). É a quarta taxa negativa consecutiva do setor, que acumula uma perda de 19,7% no período.
“Essa taxa de -0,9% mostra um aprofundamento de um cenário que já era muito desfavorável para o setor de serviços. Ter um resultado ainda negativo quando a comparação é feita com abril, mês que tivemos o pior resultado da série histórica (-11,9%), é bastante significativo”, ressalta o gerente da pesquisa, Rodrigo Lobo.
O setor já vinha sofrendo os efeitos da estagnação econômica do anos anteriores, após a recessão de 2014-2016. Em 2019, o volume do setor de serviços fechou o ano em apenas 1%, a primeira alta do setor desde 2014, após quedas consecutivas entre 2015 e 2017, acumulando perda de 11%. Nos últimos dez dias de março, o setor começou a sentir os efeitos do isolamento social por conta da pandemia da Covid-19.
“Três das cinco atividades pesquisadas tiveram queda na comparação com abril, com destaque para os setores de serviços de informação e comunicação (-2,5%) e de profissionais, administrativos e complementares (-3,6%). O setor de Outros serviços recuou 4,6% no período. Já as atividades de transportes, serviços auxiliares aos transportes e correio (4,6%) e de serviços prestados às famílias (14,9%) recuperaram uma parte das perdas registradas nos últimos meses”, diz o IBGE.
“Os setores ligados às partes de alojamento e alimentação e transporte foram os que tiveram as perdas mais importantes no mês de abril. Agora em maio, eles mostram uma certa recuperação, crescendo nesse mês, mas não o suficiente para levar o setor de serviços para o campo positivo”, diz Lobo.
Na comparação com maio do ano passado, o setor de serviços recuou 19,5%, registrando a taxa negativa mais intensa desde o início da série histórica. Todas as cinco atividades também tiveram retração. Transportes, serviços auxiliares aos transportes e correio (-20,8%) e os serviços prestados às famílias (-61,5%) foram principais influências negativas no índice geral. Essas atividades sofreram forte impacto das medidas de isolamento social no país. No acumulado dos primeiros cinco meses do ano, o setor de serviços recuou 7,6%, enquanto nos últimos 12 meses, acumulou -2,7%.