No mesmo intervalo de doze meses de 2023 até agosto, esse gasto somou R$ 689,4 bilhões. Ou seja, o gasto do setor público com o pagamento de juros da dívida pública aumentou em R$ 165,6 bilhões de um ano para outro
No acumulado de 12 meses até agosto deste ano, o setor público gastou R$ 855 bilhões (7,55% do PIB) com pagamento de juros, segundo o relatório de “Estatísticas Fiscais” do Banco Central (BC), divulgado nesta segunda-feira (30). No mesmo intervalo de meses de 2023, esse gasto somou R$ 689,4 bilhões .
Ou seja, o gasto do setor público com o pagamento de juros da dívida pública aumentou em R$ 165,6 bilhões de um ano para o outro, com a decisão do Banco Central em manter a taxa de juros da economia (Selic) em níveis estratosféricos, hoje em 10,75% ao ano – desestimulando os investimentos produtivos em prol das aplicações financeiras.
São recursos extraídos de quem trabalha e produz riquezas neste país (que poderiam ser transformados em investimentos públicos em saúde, educação, obras de infraestrutura etc.), mas que foram transferidos, por meio do pagamento dos juros da dívida pública, a banqueiros, rentistas e outros especuladores, que não produzem sequer um prego.
De acordo com o próprio BC, incluindo “o resultado primário e os juros nominais apropriados”, o setor público “foi deficitário [resultado negativo entre as receitas e despesas] em R$ 90,4 bilhões em agosto”. “No acumulado em doze meses, o déficit nominal alcançou R$ 1.111,3 bilhões (9,81% do PIB), ante déficit nominal de R$ 1.127,5 bilhões (10,01% do PIB) acumulado até julho de 2024”, diz trecho do relatório.
Há duas semanas, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC), decidiu subir o nível da taxa Selic de 10,50% para 10,75% ao ano e prometeu que vai elevar ainda mais a taxa neste ano, para inibir a demanda de bens de consumo e serviços, além dos investimentos no país, com o pretexto de combater a inflação – apesar dos indicadores estarem mostrando que a inflação está baixa e controlada no Brasil.
Essa decisão do Copom se deu de forma unânime, ou seja, com o apoio de Gabriel Galípolo, indicado do governo Lula para presidência do BC.
Em setembro, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) desacelerou, ao ficar em 0,13% no mês. No ano, o IPCA-15 acumula alta de 3,15% e, nos últimos 12 meses, a taxa está em 4,12%, abaixo dos 4,35% observados nos 12 meses imediatamente anteriores. Além disso, em agosto, o IPCA amplo registrou deflação, ao registrar queda nos preços de – 0,02% no mês.
Porém, mesmo projetando que a inflação deve ficar em 4,37% no final deste ano, o mercado financeiro tem pressionado por novos aumentos da taxa Selic, para manter seus ganhos extraordinários com as aplicações financeiras.
Com uma taxa de juros reais acima dos 7% (quando descontada a inflação da Selic), o Brasil é o segundo colocado entre os maiores pagadores de juros reais do planeta, segundo o Ranking Mundial de Juros Reais, de responsabilidade do site MoneYou. O juro real é, exatamente, o lucro do banqueiro.
Segundo o boletim Focus do BC, desta segunda-feira (30), as projeções dos bancos e instituições para a taxa básica de juros (Selic) em 2024 subiram mais uma vez, de 11,50% para 11,75%.
E só Ciro Gomes falava sobre isso!
E vcs preferiram o “sapo barbudo”.
Não é verdade que somente Ciro Gomes falava nisso. E nós preferimos o candidato que podia derrotar Bolsonaro. Outra opção seria abrir as portas para a reeleição do fascismo.