Martin Shkrelli, o ex-executivo da indústria farmacêutica que em 2015 ficou tristemente conhecido por aumentar em 5.000% um medicamento contra a Aids, foi condenado a sete anos de prisão por um tribunal federal em Nova Iorque, por fraudes em dois fundos de hedge que capitaneava de US$ 11 milhões. A promotoria havia pedido pelo menos 15 anos.
Shkrelli, um débil-mental incentivado pelo clima de topa tudo por dinheiro vigente nos EUA, virou manchete depois que a Turing Pharmaceuticals, de que era CEO, comprou os direitos sobre a droga antiparasitárias Daraprim e aumentou seu preço de US$ 13,50 o comprimido para US$ 750. O medicamento é usado para tratar pacientes com aids, grávidas e idosos.
Achacar preços não é ilegal, e menos ainda incomum, na indústria farmacêutica norte-americana. A polêmica provocada por ele causou uma discussão nacional sobre o preço exorbitante dos medicamentos nos EUA. Arrogante e sem o menor senso de medida, ele passou a ser chamado pela mídia de “o homem mais odiado da América” e “Pharma Bro”.
Shkreli falsificava também declarações enviadas aos incautos que acreditaram em sua ciranda, para esconder as perdas em dois fundos de hedge, o MSMB Capital e o MSMB Healthcare. Entre outros atos desvairados, ele arrematou em um leilão em 2015 a cópia única de um álbum de um grupo de hip hop, o Wu-Tang Clan. Perto dos grandes tubarões das corporações farmacêuticas, dos capos dos maiores fundos de hedge e dos banqueiros-ladrões do crash de 2008, Shkreli é fichinha, e por isso mesmo é um dos muito poucos que foi em cana.