A “culpa” das filas grandes de atendimento é “de um governo que não acreditou na pandemia e fez com que ficássemos dois anos apenas cuidando dela”, enquanto países que realizaram quarentena e vacinação conseguiram voltar à normalidade mais rápido, disse
A senadora e pré-candidata à Presidência, Simone Tebet (MDB-MS), afirmou que o Brasil tem dinheiro para a Saúde, mas o governo Bolsonaro prefere enviar para o “orçamento secreto” e “currais eleitorais” governistas para ganhar votos.
“O que está faltando de recursos na área da saúde está sobrando em forma de orçamento secreto, de recursos que são levados para currais eleitorais. É preciso repensar o orçamento colocando aquilo que é prioritário”, disse Tebet.
Para este ano o montante reservado para o “orçamento secreto” é de R$ 16,5 bilhões. No ano que vem a Lei de Diretrizes Orçamentária (LDO) aprovada recentemente pelo Congresso prevê R$ 19 bilhões. O valor vai ser definido na lei do orçamento que deverá ser submetida pelo governo à análise do Congresso.
São as emendas de relator combinadas com o governo, interessado em comprar apoio no Congresso por meio delas. Elas são destinadas para aliados do governo sem transparência, ou seja, quase sempre sem se saber quem é o autor e onde serão aplicadas.
“E o que é prioritário? Criança, adolescente, idoso, família. Eles têm que estar no orçamento, o doente tem que constar no orçamento. Temos que repensar o orçamento e colocar mais dinheiro na Saúde, sem isso a gente não consegue avançar”, continuou.
Simone Tebet ainda declarou que pretende, caso eleita, digitalizar os processos na Saúde “para agilizar as questões preliminares”.
A pré-candidata falou ao projeto Desatando Nós, realizado pelo jornal Metrópoles em parceria com a farmacêutica Pfizer.
Segundo ela, as grandes filas para atendimento que existem hoje no país foram causadas pelo descaso do governo Bolsonaro para com o combate à pandemia.
A “culpa” das filas grandes é “de um governo que não acreditou na pandemia e fez com que ficássemos dois anos apenas cuidando dela”, enquanto países que realizaram quarentena e vacinação conseguiram voltar à normalidade mais rápido, disse.
Sobre as campanhas de vacinação, a senadora afirma que o governo “não faz esforço porque não acredita na ciência”.
“A resposta para fake news e desinformação, que é espalhada pelos movimentos antivacina, se faz com campanhas e com exemplos dados” por um presidente da República de verdade.
Para ela, o presidente da República deveria estar na televisão “dizendo da importância” da vacinação e “investir na conscientização da população através de propaganda e de incentivo, inclusive dentro das escolas”.
Segundo Tebet, “dá para fazer e ter 100% de cobertura vacinal da poliomielite, inclusive voltar a ser um país livre do sarampo em breve”.