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O Sindicato dos Comerciários do Rio de Janeiro (SEG) e o Sindicato dos Comerciários de Nova Iguaçu (RJ) se uniram a parlamentares do estado na luta contra a escala de trabalho 6×1, que ganha fôlego no Congresso Nacional com dois projetos que correm na Casa, uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) apresentada pela deputada Erika Hilton (PSOL-SP), e um projeto de lei de autoria da deputada Daiana Santos (PCdoB-RS).
As deputadas federais Jandira Feghali (PCdoB-RJ) e Enfermeira Rejane (PCdoB-RJ), a deputada estadual Lilian Behring (PCdoB-RJ) e os vereadores do Rio Leonel de Esquerda (PT) e Maíra do MST (PT) participaram do encontro, que aconteceu na sede do Sindicato dos Comerciários, na segunda-feira (10).
Márcio Ayer, presidente do SEG afirmou que a luta pela redução da jornada, que este ano vai se intensificar, “é histórica”. “É hora de ganhar mais trabalhadores e mais categorias para esta pauta, para que a gente chegue ao Congresso Nacional com forte apoio”, disse.
De acordo com Ayer, o “plebiscito popular” sobre a escala 6×1, proposto pela Frente Brasil Popular e pela Frente Povo Sem Medo, na semana passada, pode estimular ainda mais o envolvimento dos trabalhadores à causa.
Segundo a deputada Jandira Feghali, a jornada abusiva atinge trabalhadores formais e informais. “A redução da jornada é decisiva e fundamental. Nos países onde a jornada é baixa, as pessoas trabalham e produzem melhor, sem prejudicar o crescimento”, disse a deputada.
Durante a reunião, a Jandira Feghali orientou as lideranças sindicais que na campanha para ganhar apoiadores no Congresso, não percam tempo com a bancada de parlamentares da esquerda, porque esses já estão “ganhos” para a causa. “Vocês têm de ganhar as bancadas do centro, do Centrão, porque precisamos de 308 votos (para aprovar a PEC). Para isso, vamos mapear, organizar e conversar com esses deputados”, disse.
“Vamos ajudar em tudo, essa é uma batalha decisiva, junto com a isenção do imposto de renda para quem ganha até R$ 5 mil e a taxação dos ricos”, finalizou Jandira.
Conforma a deputada Rejane, a luta contra a escala 6×1 é uma “disputa entre capital e trabalho”. “É organizando a base e botando a cara na rua. É assim que a gente faz” para ganhar essa luta, disse.
Já a deputada Lilian Behring, que também é enfermeira e sabe muito bem como essa realidade funciona na sua categoria, a escala 6×1 leva os trabalhadores a tanta exaustão que vai “matar pessoas”. “Nós vamos lutar com toda nossa força para garantir a sobrevivência da sociedade”, disse.
Finalizando o encontro, o presidente do sindicato falou da importância de uma forte mobilização dos trabalhadores pelo fim da escala 6×1, pois, segundo ele, a realidade é muito pior, com muitos patrões que obrigam seus funcionários a ter uma jornada ainda maior, com mais de seis dias de trabalho, sem qualquer descanso.
“Temos mais de 30 ações coletivas contra empresas que descumprem a escala 6×1. Temos fiscalizado e acionado a justiça para que elas cumpram o que determina a nossa convenção coletiva”, disse.