
Sindicatos de trabalhadores do funcionalismo público e privado, em encontro realizado na Universidade Central da Venezuela (UCV), na sexta-feira, 10, exigem ao presidente Nicolás Maduro que mude sua política “porque está matando a este povo de fome”, e asseguram ao opositor Juan Guaidó que ele não tem a menor condição de convocar uma greve de trabalhadores. As organizações sindicais deixaram claro não estão alinhadas nem com Maduro, nem com Juan Guaidó.

José Bodas, secretário geral da Federação de Trabalhadores Petroleiros da Venezuela, afirmou que o governo destrói “as aposentadorias e o salário dos trabalhadores; tem destruído as convenções coletivas com as novas tabelas salariais. É uma vergonha que os venezuelanos tenhamos um salário de 7 dólares”. Bodas enfatizou que “nenhum político tem que dizer à classe trabalhadora o que fazer, temos assembleias, lideranças em todas as fábricas e regiões, sindicatos onde se discutem as medidas que devemos tomar em defesa de nossos direitos”.
O sindicalista frisou que não é possível que transnacionais como a norte-americana, Chevron Corporation, estejam pagando aos trabalhadores 7 dólares mensais, “enquanto que a essas mesmas transnacionais o governo entrega, à exploração, petróleo por 100 anos. Esta é a condição de semi-escravidão na qual vivem os trabalhadores petroleiros, os que garantem a produção da maior riqueza do país”.
O dirigente sindical do Metrô de Caracas, Jairo Colmenares, ressaltou que “a Plataforma de trabalhadores em luta propõe que se respeitem os direitos dos trabalhadores, seus salários, suas aposentadorias, os contratos coletivos, todos seus direitos”. Colmenares exigiu respeito: “Não estamos aqui para obedecer nenhum setor político do país; queremos respeito por nossas decisões e queremos ser ouvidos”.
Ressaltando a unidade entre os trabalhadores, o presidente do Sindicato de Trabalhadores da Universidade Central de Venezuela (UCV), Eduardo Sánchez, também falou sobre a deterioração dos salários. Denunciou que no 1º de maio “decretou-se um aumento salarial que representa aproximadamente 7 dólares mensais, quando a cesta básica custa cerca de 300 dólares”. Mas, o representante sindical manifestou que “o senhor Juan Guaidó não tem qualificação para convocar paralisação de trabalhadores, ele não defende o nosso povo, defende os interesses do imperialismo, dos que levam nossas riquezas para fora, por isso é que foram um fracasso suas convocações a greves. Os trabalhadores atendem seu sindicato, participam dele em busca de seus direitos”.
Deyanira Romero, secretária geral do Sindicato da UCV, disse que “tentam nos manobrar, mas hoje está claro que nós trabalhadores temos que nos unir, fortalecer nossas lideranças e criar nosso próprio caminho, o do povo soberano”.