O Sindicato dos Médicos do Distrito Federal (SindMédico-DF) reuniu, na última segunda-feira (13), profissionais da saúde para debater os problemas decorrentes da mudança na política de atenção, feita pelo Governo do Distrito Federal, que têm prejudicado os servidores e a população.
Com a reformulação promovida, os médicos de especialidades como pediatria, clínica médica, ginecologia e obstetrícia estão sendo transferidos da ponta do atendimento em Unidades Básicas de Saúde para serviços burocráticos [pelo menos parte de sua carga horária]. Estes estão entre os profissionais que mais fazem falta no dia a dia das unidades de saúde.
O presidente do sindicato Dr. Gutemberg Fialho, destacou que “a Atenção Primária está desorganizada e a forma de proceder da Secretaria de Saúde, só agrava os problemas existentes. Somos a favor do reforço do Saúde da Família, mas que a transição de um modelo para o outro seja feita de forma gradual, com respeito aos profissionais, de forma que não haja prejuízo aos pacientes e de forma sustentável”.
Os dirigentes do SindMédico-DF relataram na reunião a visita à UBS 01, no Riacho Fundo II na semana passada. De acordo com eles “o principal problema causado pela mudança imposta pelo governo é que, agora, devido à total desorganização do novo modelo de atendimento, o local tornou-se um pronto-socorro e as consultas agendadas se tornaram escassas”.
Segundo os servidores da UBS 01, antes das alterações impostas haviam 12 médicos na unidade, contando com um ginecologista, um pediatra e três clínicos, e agora restaram apenas sete, cinco deles médicos de família e comunidade, uma homeopata e uma acupunturista.
De acordo com os profissionais, os dados usados para afirmar que há cobertura suficiente são camuflados. “Eles trabalham com números populacionais de 2013. Só que, naquele ano, havia 30 mil pessoas na nossa área de cobertura. Hoje, são aproximadamente 80 mil”, relatou um funcionário. Hoje cada médico da UBS 01 está com uma média de 7 mil pacientes, além disso continuam sem prontuário eletrônico. “Estamos atendendo com papel, sem a menor condição de acompanhar, de fato, aqueles pacientes novos que chegam aqui”, destacou o funcionário.