”Os norte-americanos e seus aliados têm como objetivo a riqueza petrolífera síria e seus petroleiros, como piratas”, afirmou o ministro sírio de Petróleo e Recursos Minerais, Bassam Tomeh, em entrevista à televisão estatal e divulgada pela rede PressTV neste final de semana. De forma enfática, o governo sírio denunciou que o Pentágono usa da parceria com as milícias curdas para controlar 90% das riquezas petrolíferas da região noroeste do país, causando monumentais prejuízos que já ultrapassaram os US$ 92 bilhões.
É “o que está ocorrendo ao longo da guerra da Síria. Ao mesmo tempo em que evitam que aproveitemos a riqueza dos nossos recursos naturais, impedem que os produtos básicos cheguem até nós”, condenou Tomeh.
Citando uma reportagem publicada nesta semana no The Wall Street Journal sobre os ataques de Israel contra navios iranianos no mar Vermelho, o ministro mostrava como Israel age como instrumento do governo estadunidense na região. O jornal descreve como, desde 2019, o exército israelense atacou a mais de uma dúzia de navios do Irã, a maioria dos quais exportava petróleo, pelo simples fato de que estavam desafiando as sanções do governo norte-americano.
O pretexto oficial utilizado pelo Pentágono para manter a presença militar na Síria tem sido evitar o ressurgimento do Estado Islâmico, mas o ex-presidente Donald Trump já deixou claro, em diversas ocoasiões, a sua intenção de “controlar” a riqueza petrolífera da Síria. Assim, há dois anos, Trump declarou que “os únicos soldados” que os EUA possuíam na zona são os que “controlam” o cru, assim que “temos o petróleo e podemos fazer com ele o que queiramos”.
Logo depois da posse de Biden, o representante permanente da Síria na ONU, Bashar Jaafari, já em sua primeira mensagem, exigiu respeito à soberania de seu país e de seu povo. “A nova administração dos EUA deve deter os atos de agressão, deixar de saquear a riqueza de meu país, retirar suas forças de ocupação e deixar de apoiar as milícias separatistas e as entidades ilegais. Também deve parar com as tentativas de ameaçar a soberania, a unidade e a integridade territorial da Síria”, frisou.