Em Damasco, Homs, Latakiya, Tartous, Alepo, Douma e muitas outras cidades, aldeias e povoados, os sírios tomaram as ruas na sexta-feira (27) e sábado (28) com bandeiras nacionais e cânticos, celebrando a imensa vitória de realizar eleições presidenciais com a maior parte do país já libertado do terrorismo imposto pelos Estados Unidos e reinados satélites, e reafirmando a soberania e a democracia após mais de uma década de luta, embora ainda sob bloqueio e difamação inclemente. Também comemoraram um comparecimento às urnas de 78% dos eleitores, que consagrou o comandante desta jornada, Bashar Al Assad, eleito com 95,1% dos votos.
Em coletiva à imprensa, o presidente reeleito declarou que “a melhor resposta aos colonialistas quanto a suas histórias falsas de genocídio do próprio povo foi a ida massiva às urnas”.
Os outros dois candidatos foram o oposicionista Mahmoud Ahmed Marei, que obteve 3,5% dos votos válidos e o ex-ministro, Abdallah Saloum Abdallah, pelo partido Socialista Unionista, que teve 1,5%.
A jornalista canadense, Eva Bartlet, que já realizou 15 viagens à Síria e à Palestina para informar sobre os acontecimentos centrais do Oriente Médio, referiu-se à tentativa dos participantes do complô que tentou sem sucesso derrubar o governo independente da Síria: “Os sírios lotaram as seções de votação para defender sua soberania e agora enchem as ruas para celebrar o resultado”.
Vejam o vídeo produzido pela jornalista:
“Eu previa que haveria um cinismo nos Estados Unidos se o vitorioso fosse Assad, o que significaria que falharam em seu projeto de mudança de governo, e eu estava certa”, prossegue Eva.
“As lideranças ocidentais assim como a mídia do establishment, mais uma vez desfizeram da eleição presidencial Síria, mas o povo não lhes dá importância. Todos por aqui estão muito ocupados em celebrar o resultado da eleição e a derrota do terrorismo no seu país”, afirmou da praça central de Damasco a jornalista canadense.
O analista político sírio, Kevork Almassian, diretor do Syriana Analysis, referiu-se às massivas celebrações pelo país afora, inclusive em Homs, que “quando ocupada pelos bandos terroristas chegou a ser tratada nos meios ocidentais como “capital da Revolução”, agora tomada por multidões eufóricas, assim como Alepo, a cidade da qual disseram que ‘caiu’ quando foi libertada dos terroristas após a morte de 11.000 civis em suas mãos, seja por bombardeios seja pelos atiradores que matavam os que tentavam fugir da cidade ocupada”.
Almassian também contestou as afirmações de “ódio a Assad por parte dos muçulmanos sunitas”. “Não têm base na realidade, pois (além do fato dele ser casado com a primeira-dama, senhora Asma, que é sunita”, e de muitos serem integrantes do primeiro escalão de governo) inúmeros sunitas passaram a noite celebrando nas ruas do país e tuitando fotos das massas votando e celebrando”.
EMBAIXADAS FORAM BLOQUEADAS PARA BARRAR VOTOS DOS SÍRIOS NO EXTERIOR
“Assim como nos Estados Unidos, embaixadas em diversos países tiveram suas entradas bloqueadas para impedir o voto dos sírios no Exterior, é assim que eles mostram o tanto que prezam pela democracia”, escreve Eva Bartlet.
O consultor do Centro de Advocacia e Mídia Comunitária (Canadá), Laith Marouf, relata que “os sírios nos Estados Unidos foram para a representação de seu país localizada no prédio da ONU e votaram. Isso foi um enfrentamento direto contra o hegemonismo norte-americano, uma vez que os americanos fecharam a embaixada da Síria em Washington. Como existe uma representação síria na ONU, na qual eles não podem tocar, tanta gente apareceu por lá para votar segurando e desfraldando bandeiras de seu país”.
“Uma mulher, na aldeia de Irbeen, na província de Ghouta Leste me afirmou que ‘as pessoas que votaram o fizeram por sua livre e vontade’”, diz ainda a jornalista canadense, que esclarece: “Esta mulher era uma cristã, o que pode ser percebido pelo crucifixo em seu pescoço. Os ‘rebeldes’, terroristas que os Estados Unidos apoiam e cujo culto sadista da morte teriam instalado no governo, estariam perseguindo ou até matando mulheres como ela”.
Veja vídeo com a celebração em Tartous:
Johnny Achi, sírio que vive nos Estados Unidos, viajou à Síria para votar nestas eleições.
“Eu sou um cidadão sírio. Tenho vivido nos Estados Unidos por 30 anos. Estou aqui para exercer meu direito e dever como cidadão sírio, uma vez que os Estados Unidos decidiram fechar a nossa embaixada. Vim aqui então para deixar clara minha determinação de exercer meu direito democrático”, declarou Achi.
“Eu escolhi Douma, que fica na Ghouta Leste, e que esteve sob domínio ‘rebelde’ até 2018 e aqui vi uma grande participação nas eleições, vi a alegria do povo por estarem novamente em uma área controlada pelo governo. Todos me falavam do júbilo sentido quando se livraram do Jaysh al-Islam, do Faylaq al-Rahman, e todas estas ‘brigadas’ que faziam suas vidas miseráveis”, acrescentou.
“Eles agora nos dizem que a eleição é ilegal. A desculpa deles para afirmar isso é que não pode haver eleição legal com território do país ocupado, mas a terra ocupada o é pelos Estados Unidos e pela Turquia, se eles saíssem estas províncias seriam também imediatamente libertas. Mas esta votação vai ajudar a libertação destas áreas ainda sob ocupação”, finaliza Achi.