As forças russas destruíram lançadores antiaéreos S-300, fornecidos por atores estrangeiros, em vários ataques de precisão na Ucrânia, afirmou o Ministério da Defesa em Moscou na segunda-feira (11). Dias antes, a Eslováquia informou a doação de uma bateria de antigos mísseis de defesa aérea S-300 de fabricação soviética para Kiev.
Uma barragem de mísseis Kalibr lançados do mar destruiu quatro lançadores S-300 e até 25 soldados ucranianos no ataque de domingo, afirmou o porta-voz do ministério, general Igor Konashenkov. Ele relatou que foi atingido um hangar “nos arredores ao sul da cidade de Dnepropetrovsk”, onde “equipamentos de uma bateria S-300 fornecida ao regime ucraniano por uma dos nações europeias” estava escondido.
Ele usou o antigo nome da cidade, renomeada Dnepro em 2016 pelas autoridades ucranianas na tentativa de abafar tudo que fosse russo, ou soviético, da história do país.
Konashenkov também registrou a destruição de um radar de mira S-300 em um ataque aéreo de precisão noturno separado, perto de Uspenovka. O general não especificou a qual das várias aldeias com esse nome na Ucrânia ele estava se referindo e não disse se o radar fazia parte da bateria fornecida pela nação estrangeira.
O sistema de armas enviado fazia parte do legado dos dias do Pacto de Varsóvia, quando a Eslováquia, agora integrante da Otan, fazia parte da Tchecoslováquia, que foi desmembrada também na República Checa.
Pelos relatos desde Bratislava, o ‘reforço’ do S-300 teve uma sobrevida bem curta, cerca de uma semana.
Não ficou claro quantos veículos foram enviados para a Ucrânia. Uma bateria comum do S-300 pode ter apenas quatro e até 12 lançadores usando um único radar para identificar alvos e é controlada por um único posto de comando.
O primeiro-ministro Eduard Heger garantiu aos cidadãos que a segurança nacional do país não seria comprometida, uma vez que os “aliados” concordaram em substituir o S-300 eslovaco por uma bateria de mísseis Patriot norte-americana. O presidente Biden agradeceu a Bratislava por concordar em entregar o S-300 a Kiev.
Depois de esperar por sete anos que o regime de Kiev cumprisse com os Acordos de Minsk para a reintegração, com autonomia inscrita na constituição ucraniana e fim da perseguição aos russos, Moscou reconheceu as duas repúblicas antifascistas do Donbass e iniciou, a pedido delas, sob ameaça iminente de uma blitzkrieg e genocídio, uma operação militar especial para ‘desmilitarizar e desnazificar’ a Ucrânia.
A Rússia também exige que a Ucrânia mantenha o status de país neutro e sem armas nucleares, e que tenha fim a expansão da Otan até às fronteiras russas e seja recriado na Europa um sistema de segurança coletiva indivisível, destruído pelas cinco ondas de expansão a leste da Otan e pela retirada dos EUA dos tratados INF, Céus Abertos e ABM.
Na verdade, pelo Memorando de Budapeste, a Ucrânia tem exatamente esse status – neutro, sem armas nucleares e sem bases estrangeiras -, o que começou a mudar quando, em 2008, o então presidente norte-americano W. Bush determinou que a Ucrânia iria “ter o direito” de ser anexada pela Otan.
Em 2014, um golpe patrocinado pela CIA em Kiev – em que os neonazis foram a tropa de choque e os oligarcas ladrões mudaram votos no parlamento – derrubou o presidente legítimo a um ano de novas eleições, o que ocorreu sob supervisão da subsecretária de Estado Victoria Nuland e do então vice-presidente Biden.
Desde então, as viúvas dos colaboradores de Hitler na II Guerra Mundial, alçados a patronos do novo regime, e seus instrumentos, como o Batalhão Azov, têm publicamente prometido cometer uma limpeza étnica no Donbass, para eliminar os de fala russa, e sido pagos e treinados pelo Pentágono para isso.