“Parem de olhar só para seu cofre e olhem para o povo”, afirmou Lula. O presidente garante que governo está “100% comprometido” em prestar todo auxílio necessário à reconstrução do RS. “A gente não pode colocar isso, o déficit fiscal, como ponto básico”, destacou
O presidente Lula (PT) afirmou, nesta terça-feira (7), em entrevista a um pool de rádios de todo o Brasil transmitido, no programa “Bom Dia, Presidente”, transmitido pela Empresa Brasileira de Comunicação (EBC ), que a tragédia climática no Rio Grande do Sul “ainda não acabou” e que governo está “100% comprometido” em prestar todo auxílio necessário à reconstrução do estado, duramente afetado pelas chuvas.
Sobre a cobrança do mercado por mais cortes sociais e mais arrocho fiscal, Lula respondeu que o sistema financeiro tem que parar de pensar somente em seus cofres. “Eu não posso ficar com o sistema financeiro olhando todo dia o déficit fiscal sem olhar o déficit social. Parem de olhar só para seu cofre e olhe para o povo”, afirmou Lula. “A gente não pode colocar isso, déficit fiscal, como ponto básico”, assinalou.
Lula lembrou que tem responsabilidade fiscal demais. “Países como os EUA têm uma dívida de 120% do PIB, o Japão, mais de 200%, a Itália também, quer dizer esse não é um problema para o Brasil”, acrescentou o presidente. “Sempre que for necessário fazer dívida para criar um ativo que vai render, não há problema”, argumentou. “Esse discurso inócuo de déficit fiscal me irrita. Isso não ocorre em nenhum país nenhum do mundo. nenhum nisso”, enfatizou o presidente.
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O chefe do Executivo disse que tudo o que for necessário será feito para recuperar o Rio Grande do Sul. “Não é só porque o RS precisa, é porque o Brasil precisa do Rio Grande. Já liberamos mais de um bilhão de reais de emendas parlamentares e vamos liberar mais. Estamos juntos, os Três Poderes e o Tribunal de Contas da União, para fazer tudo o que estiver ao nosso alcance para atender a todas as necessidades do povo gaúcho”, destacou Lula.
“A dificuldade inicial é que nenhum prefeito, e o governador disse no último domingo, ainda não tem noção do estrago que foi feito. Por enquanto, as pessoas imaginam, mas a gente só vai ter o estado real quando a água baixar”, disse.
“O emergencial vai ser liberado a partir de hoje. Vários ministérios já têm autorização para começar a liberar os recursos iniciais para os primeiros socorros. E depois a gente vai trabalhar junto com o governador o projeto. Nós já fizemos reuniões com muitos prefeitos. A gente quer ouvir. Montamos uma sala de situação no Rio Grande do Sul para que o governo federal possa atender às necessidades e fazer com que a conversa com o governador e as secretarias estaduais seja uma coisa que flua com muita rapidez”, afirmou.
Ainda de acordo com o presidente, todos os Poderes da República precisam se unir para enfrentar a crise no estado gaúcho. “Ontem [segunda-feira (6)], tomamos a primeira iniciativa, e fiz questão de convidar o presidente da Câmara, o presidente do Senado, o Tribunal de Contas e a Suprema Corte para fazer com que a gente trabalhe de forma unitária em todos os Poderes, para que a gente não fique perdido com a burocracia e [não] crie entraves para a gente facilitar o dinheiro”, prosseguiu Lula.
“Ontem eu conversei com o Haddad [ministro da Fazenda, Fernando Haddad] e o Haddad ficou de ligar para o governador para convidá-lo a vir a Brasília para que a gente possa saber se ele já tem os números grandes, pelo menos uma coisa muito próxima do total para a gente começar a discutir no Congresso Nacional. O que eu posso garantir é que há 100% de vontade da Câmara, do Senado, do Tribunal de Contas e do Judiciário para que a gente facilite ao máximo possível os recursos”, afirmou.
“Ainda não acabou [a tragédia climática]. A água está descendo e vai chegar a outros municípios. O Brasil deve muito ao Rio Grande do Sul. O Rio Grande do Sul é um estado muito importante para o Brasil do ponto de vista artístico, cultural, do trabalho e da nossa cultura. O que vamos fazer é devolver ao Rio Grande do Sul aquilo que ele merece que seja devolvido para ele poder tocar a vida. Então não haverá falta de recursos para atender às necessidades do Rio Grande do Sul”, afirmou o presidente.
Lula, porém, ressaltou que uma das principais dificuldades enfrentadas é saber com exatidão a dimensão dos estragos causados pelas chuvas e inundações. “A dificuldade inicial é que nenhum prefeito, e o governador disse no último domingo, ainda não tem noção do estrago que foi feito. Por enquanto, as pessoas imaginam, mas a gente só vai ter o estado real quando a água baixar”, disse.
“O emergencial vai ser liberado a partir de hoje. Vários ministérios já têm autorização para começar a liberar os recursos iniciais para os primeiros socorros. E depois a gente vai trabalhar junto com o governador o projeto. Nós já fizemos reuniões com muitos prefeitos. A gente quer ouvir. Montamos uma sala de situação no Rio Grande do Sul para que o governo federal possa atender às necessidades e fazer com que a conversa com o governador e as secretarias estaduais seja uma coisa que flua com muita rapidez”, afirmou.