
Roberto Campos Neto, ex-presidente do BC e diretor do Nubank, assume o Conselho Superior de Economia da entidade
Paulo Skaf, em seu retorno à presidência da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), nomeou o ex-presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, para comandar o Conselho Superior de Economia da entidade. A nova gestão assume no início de 2026 e termina em 2029, e sucede a atual direção comandada pelo empresário Josué Gomes da Silva.
Ontem (25), na primeira reunião da diretoria eleita, o ex-presidente do BC e hoje diretor do Nubank, defendeu o arrocho monetário e dos salários. “Temos que enfrentar o problema da dívida com corte de gastos”, disse Campos Neto.
No ano passado, pouco antes do fim do seu mandato na presidência do BC, Campos Neto elevou a taxa básica de juros (Selic) de 10,5% em setembro para 11,25% em dezembro, o que agravou o gasto do governo com o pagamento de juros da dívida pública, elevando os ganhos dos bancos e demais rentistas.
Em 2024, o gasto do setor público com os juros atingiu o recorde de R$ 950,423 bilhões, superando em mais de R$ 200 bilhões a máxima anterior, de R$ 718,294 bilhões, alcançada em 2023.
Entre 2021 e 2022, Campos Neto elevou a Selic de 2% para 13,75%, em um período de crise econômica e em meio à pandemia da Covid-19, que causou a mais grave crise sanitária deste país. Essa ação provocou o endividamento de diversas empresas, que tiveram que tomar crédito muito mais caro no período para não fechar as portas.
Durante a reunião foram anunciados os nomes dos presidente dos 16 conselhos da Fiesp, entre eles, Tereza Cristina, senadora e ex-ministra da Agricultura; Sergio Moro, senador e ex-ministro da Justiça e Segurança Pública e Joaquim Alvaro Pereira Leite, ex-ministro do Meio Ambiente. Eles vão liderar os conselhos focados nas pautas das pastas às quais foram vinculados no desgoverno Bolsonaro.
O ex-presidente da República, Michel Temer, também compõe a nova diretoria, ficando à frente do Conselho Superior de Estudos Nacionais e Política. Entre as marcas de seu governo está a reforma trabalhista – que jogou milhões de trabalhadores na informalidade – e a regra do teto de gastos.