“Só assim o país terá uma geração de empregos mais forte”, observou o vice de Lula. Simone Tebet já tinha alertado que com esses juros, “não adiante fazermos o Desenrola”
O vice-presidente da República, Geraldo Alckmin (PSB), expressou nesta segunda-feira (27) o sentimento de praticamente todo o Brasil, excetuando-se, obviamente, os parasitas, em relação à teimosia do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, que, para agradar os especuladores e os bancos, estrangula o país com a Selic de 13,75% e o maior juro real do mundo.
“As coisas estão caminhando bem: inflação em queda, câmbio competitivo, reforma tributária aprovada na Câmara, arcabouço fiscal encaminhado. Só faltam os escandalosos juros caírem e nós vamos ter uma geração de emprego ainda mais forte”, afirmou o vice e também ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços do governo Lula.
Alkmin falou também da aprovação da reforma tributária na Câmara dos Deputados. “Eu acho que é cedo para ter o resultado final desse trabalho, mas eu diria que foi um passo importante. Os princípios da reforma tributária estão colocados. Simplificação, redução do custo Brasil, diminuição de judicialização, desoneração completa de investimentos e desoneração completa do comércio”, disse.
A ministra do Planejamento, Simone Tebet, já tinha alertado na sexta-feira (14) que, se o Banco Central insistir com esses juros lunáticos, o programa “Desenrola”, que visa resolver o problema de inadimplência de mais de 70 milhões de brasileiros, terá que ser repetido quase que anualmente. “O Brasil vai precisar de um Desenrola por ano, caso o patamar de juros continue elevado”, disse a ministra. “Não adianta fazermos o Desenrola se os juros não baixarem”, acrescentou.
Diversos parlamentares, entre eles a deputada Gleisi Hoffmann, presidente nacional do PT, e Lindbergh Farias, deputado federal pelo Rio de Janeiro, aderiram a uma campanha pública pela saída imediata do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto. Assinaturas estão sendo coletadas pela internet pedindo a cabeça do cidadão que afronta o País ao manter os juros básicos em 13,75%.
Na semana passada, líderes de nove partidos políticos estiveram com o presidente do Senado, senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG), pedindo que a Casa inicie uma investigação sobre a atuação de Campos Neto. O Senado da República é o responsável pela indicação do presidente do BC e sobre o controle da atuação dele à frente do órgão.