
“O Tribunal cumpriu missão importante e histórica de julgar, com base em evidências às quais todos têm acesso, importantes autoridades civis e militares pela tentativa de golpe de Estado”, avaliou o presidente do STF
O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso, fez uma pequena fala ao final do julgamento que condenou o ex-presidente Jair Bolsonaro e outros golpistas e reforçou que “tratou-se de um julgamento público, transparente, com devido processo legal”.
O ex-presidente foi condenado a 27 anos e 3 meses de prisão por ter liderado o grupo criminoso que tentou dar um golpe de Estado para mantê-lo no poder.
Não tendo participado do julgamento, já que a responsabilidade ficou para a Primeira Turma do STF, Luís Roberto Barroso só falou após o final de todos os votos. Ele negou que tenha havido perseguição a Bolsonaro ou cerceamento de seu direito de defesa.
“Quero aqui repetir uma vez mais: tratou-se de um julgamento público, transparente, com devido processo legal, baseado em provas as mais diversas: vídeos, textos, mensagens, confissões”, falou.
“As compreensões contrárias fazem parte da vida, mas só o desconhecimento profundo dos fatos ou uma motivação descolada da realidade encontrará neste julgamento algum tipo de perseguição política”, continuou.
“O Tribunal cumpriu missão importante e histórica de julgar, com base em evidências às quais todos têm acesso, importantes autoridades civis e militares pela tentativa de golpe de Estado”, comentou o presidente do STF.
Para Barroso, a “mensagem mais importante deste julgamento” é que “na vida democrática, antes da ideologia, antes das escolhas legítimas e das diferentes visões de mundo, tem de existir o compromisso com as regras do jogo, com as instituições e com respeito aos resultados eleitorais”.
Ele elogiou o trabalho do procurador-geral da República (PGR), Paulo Gonet, do presidente da Primeira Turma, ministro Cristiano Zanin, e, em especial, o do ministro Alexandre de Moraes, que foi o relator do inquérito e do processo.
Luís Roberto Barroso disse acreditar que estejam sendo encerrados “os ciclos de atraso na história brasileira, marcados pelo golpismo e pela quebra da legalidade constitucional”,
Ele ainda expressou o desejo de “que estejamos virando uma página da vida brasileira. E que possamos reconstruir relações, pacificar o país e trabalhar por uma agenda comum, verdadeiramente patriótica”, completou.