Os candidatos presidenciais Nicolás Maduro pelo Partido Socialista Unido da Venezuela, PSUV; Henry Falcón pela sigla Avançada Progressista (AP), Copei e Movimento Ao Socialismo (MAS); e Javier Bertucci em representação do grupo Esperança pelo Cambio, assinaram na sexta-feira, 02, o acordo denominado de Garantias Eleitorais na sede do Conselho Nacional Eleitoral (CNE), em Caracas. O acordo, na verdade, produziu uma mudança cosmética: adia a votação de 22 de abril para 20 de maio.
Depois de muitas pressões para a suspensão de uma eleição marcada a toque de caixa – sem tempo das correntes da oposição se organizarem – a máxima autoridade do órgão eleitoral, Tibisay Lucena, ratificou o compromisso do CNE de cumprir com os pontos contemplados no acordo.
A maior parte das correntes políticas da Venezuela preferiram ficar de fora a coonestar a encenação eleitoral.
As eleições parlamentares estaduais foram marcadas para o mesmo dia. Já as eleições legislativas nacionais, previstas apenas para 2020, mantiveram seu calendário original.
Além do presidente Nicolás Maduro, que sai pelo Partido Socialista Unido da Venezuela, o Partido Comunista da Venezuela, o Pátria Para Todos e outras legendas aliadas; também registraram suas candidaturas, Henri Falcón, pelo partido Avançada Progressista, apoiado também pelo Movimento ao Socialismo e pelo partido social-cristão Copei; Francisco Visconti, general da reserva que participou do levante militar chavista de 1992; o pastor evangélico Javier Bertucci; Reinaldo Quijada, do partido Unidade Política Popular; e o empresário Luis Alejandro Ratti. Todos os candidatos, exceto Maduro e Falcón, concorrem por legendas políticas muito pequenas sem chance de vitória.
Henri Falcón, militar da reserva, prefeito do município de Iribarren e ex-governador do estado de Lara, foi participante ativo do movimento que levou Hugo Chávez ao poder em 1999, mas rompeu com o governo em 2010 mediante uma carta aberta na qual denunciou os erros e omissões da “Revolução Bolivariana”. O principal candidato de oposição nestas eleições, já em 2015 fortaleceu sua presença no cenário político nacional propondo um acordo nacional para superar crise, afirmando que o país exige medidas urgentes para enfrentar o problema econômico.
O Avançada Progressista, do ex-governador de Lara Henri Falcón, é composto por dissidentes chavistas e também rompeu com a coalizão opositora Mesa da Unidade Democrática (MUD) ao decidir participar da votação deste ano.