Com o apoio da Tropa de Choque, os deputados estaduais do Mato Grosso do Sul, aprovaram na última terça-feira, 28, por 13 votos a 7 a reforma da previdência dos servidores estaduais.
A votação ocorreu às pressas enquanto milhares de servidores protestavam dentro e fora da Assembleia Legislativa estadual contra o projeto de lei do governador Reinaldo Azambuja (PSDB). O projeto aumenta a alíquota de contribuição dos servidores de 11% para 14%, estabelece um teto para as aposentadorias dos novos servidores no mesmo valor pago pelo INSS na iniciativa privada, de R$ 5.531,31, entre outros pontos.
Os servidores rechaçaram o forte esquema de segurança montado pela Policia Militar. A direção da Assembleia restringiu o acesso dos servidores ao plenário e ao prédio, a fim de impedir que a categoria barrasse novamente a votação do projeto, como o ocorrido na quinta-feira passada (23), quando foi colocado em votação mas não seguiu em frente por conta de uma ocupação do funcionalismo no plenário da casa legislativa.
Para tentar barrar a votação na quarta-feira, um grupo de servidores chegou a dormir dentro do prédio. Do lado de fora, manifestantes que não puderam entrar romperam o cordão de isolamento feito com grades. Porém a Polícia Militar revidou com bombas de efeito moral e golpes de cacetete para conter os servidores. Policiais chegaram a entrar na Assembleia fazendo uma barreira entre os trabalhadores e os deputados.
Segundo Ricardo Bueno, presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Seguridade Social em Matogrosso dos Sul, “pela primeira vez na história da Assembleia, foi vista tamanha truculência, patrocinada pelo Presidente da casa a mando do governador do estado Reinaldo Azambuja (PSDB)”. Já uma servidora de 64 anos, que não quis se identificar, afirmou que a categoria nunca foi tratada assim, e que “a resposta será trabalharmos para não reelegermos ninguém que fez isso”, declarou.