No primeiro ano de Tarcísio de Freitas (Republicanos) à frente do governo de São Paulo, o estado teve o pior índice de resoluções de homicídios desde 2015. Os dados são do Instituto Sou da Paz e mostram que a taxa de homicídios solucionados caiu nove pontos percentuais, de 40% para 31%, de 2022 para 2023, primeiro ano do mandato de Tarcísio de Freitas.
Esse é o pior resultado desde 2015, quando os dados começaram a ser contabilizados. Para o Instituto Sou da Paz, um homicídio esclarecido é aquele em que houve oferta de denúncia por parte do Ministério Público (MP), em que um suspeito foi formalmente acusado.
O levantamento levou em consideração 17 estados brasileiros – somente aqueles que forneceram estatísticas suficientes para a análise dos casos.Das unidades da federação avaliadas, o Distrito Federal tem o melhor índice de resolução de homicídios (96%) e o pior resultado é o da Bahia (13%).
Apenas Acre e Piauí atingiram os critérios de qualidade estabelecidos pela pesquisa para permitir a análise de raça/cor das vítimas, com 78% e 83% de dados preenchidos respectivamente. No Acre, sete em cada dez vítimas foram identificadas como pretas ou pardas, já no Piauí essa proporção foi de 77%.
Outros cinco estados enviaram informações incompletas, mas a maioria dos estados não respondeu sobre esse critério.
Os estados do Acre, Pernambuco, Piauí, Roraima e São Paulo foram os únicos a enviarem dados suficientes para análise da faixa etária das vítimas que apontam para uma proporção maior de vítimas entre a juventude, com idade de 18 a 24 anos (22% do total), seguida pela faixa de 25 a 29 anos (16%).
Outro ponto importante apontado pelo levantamento do Instituto Sou da Paz relaciona diz respeito ao índice baixo de resolução das investigações com a taxa de presos condenados por homicídios no país. De acordo com os dados da Secretaria Nacional de Políticas Penais (Senappen), apenas 13% das 670 mil pessoas presas no Brasil respondem por homicídio.
Os crimes patrimoniais, como roubo, furto e estelionato, correspondem a 40% das prisões e tráfico de drogas representam 31% dos encarceramentos no Brasil.